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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Cientistas japoneses criam tecidos renais a partir de células-tronco

Essa descoberta representa uma primeira etapa em direção ao
 transplante de tecidos renais gerados a partir de células iPS
Descoberta gera esperanças aos pacientes na fila de espera por transplantes
 
Uma equipe de cientistas japoneses conseguiu criar, pela primeira vez, tecidos renais a partir de células-tronco pluripotentes induzidas (iPS), uma descoberta que gera esperanças aos pacientes na fila de espera por transplantes. Os rins têm uma estrutura complexa muito difícil de reconstituir quando é prejudicada.
 
A equipe dirigida por Kenji Osafune, professor associado ao Centro da Universidade de Quioto para a pesquisa e a aplicação de células iPS (CiRA), gerou tecidos da mesoderme intermediária, com uma taxa de sucesso de mais de 90% após 11 dias de cultivo. Essa descoberta representa uma primeira etapa em direção ao transplante de tecidos renais gerados a partir de células iPS.
 
— É uma etapa muito importante — declarou o professor Osafune por telefone à AFP.
 
Mas ainda existem numerosos obstáculos antes de se chegar a uma aplicação médica das pesquisas, acrescentou.
 
— Ainda não sabemos se o simples fato de transplantar células regeneradas permitirá realmente curar doenças renais — explicou.
 
As células-tronco pluripotentes induzidas (iPS) são criadas a partir de células adultas reduzidas a um estado quase embrionário, que geram novamente quatro genes (normalmente inativos nas células adultas) para que recuperem uma nova imaturidade e a capacidade de se diferenciarem em todos os tipos celulares em função do meio no qual se encontram.
 
Osafune e sua equipe descobriram ainda que as células suprarrenais e as células da glândula de reprodução podem ser cultivadas com o mesmo método. Os resultados foram divulgados no site da revista Nature Communications.
 
No ano passado, o japonês Shinya Yamanaka, diretor do CiRA, e o britânico John Gurdon receberam o Prêmio Nobel de Medicina por terem elaborado o método que permite reprogramar células adultas em células-tronco, um procedimento chave para o futuro da medicina regenerativa. O uso de células iPS não levanta problemas éticos, ao contrário das células-tronco extraídas dos embriões humanos.
 
A pesquisa das células iPS é uma prioridade no Japão, onde o Estado decidiu conceder meios financeiros. O país considera que se trata de um setor muito promissor no qual terá uma vantagem importante com relação a outros países.
 
Fonte Zero Hora

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