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quinta-feira, 7 de março de 2013

HC dá o primeiro passo rumo ao cloud computing

Após enviar todo o serviço de mensagens para a nuvem, a equipe de TI garante que em dois anos não haverá mais dados nos computadores do hospital
 
Por força do destino, o engenheiro elétrico Jacson Barros caiu de paraquedas na área de TI em saúde em 1990, após passar pelos setores de construção civil e metalúrgica. O que o fez ficar se resume em uma palavra: gratificante. Ao longo desses mais de 20 anos no segmento, Barros assume gostar do que faz, principalmente porque as ações tomadas por sua equipe beneficiam pessoas.
 
Entre tantos projetos elaborados por ele está o da adoção da computação em nuvem no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), onde é diretor coordenador de TI. O plano posto em prática em meados de 2012 visa-a suprir a falta de uma ferramenta capaz de acompanhar a evolução do serviço prestado ao público.
 
É o caso do sistema de e-mail do complexo hospitalar. Antes ele era considerado limitado em recursos, com uma caixa de entrada mínima e atraso no recebimento de mensagens, sem contar a falta de disponibilidade necessária para garantir a agilidade na comunicação entre os departamentos a partir dos núcleos administrativo, assistencial, ensino e pesquisas.
 
Ao assumir a diretoria de TI da instituição – há dois anos – o executivo se deparou com esse sistema de e-mail precário e alto índice de descontentamento pelos usuários. “Embora houvesse um projeto interno para a implantação de um novo sistema de e-mail, questionei a equipe se este realmente era o nosso papel.

Depois de uma avaliação sobre a nossa maturidade em relação à gestão deste tipo de serviço, resolvemos buscar uma solução na nuvem”, diz.
 
Ainda que a iniciativa tenha sido capitaneada pela TI, Barros explica que foi necessário apresentar ao órgão máximo do HC os benefícios e riscos de uma solução como esta, afinal, tratava-se de uma quebra de paradigma na instituição. “Não foi trivial convencer outras diretorias. No entanto, os argumentos técnicos que nos levaram à decisão foram muito bem esclarecidos”.
 
Nos últimos anos, o HC/FMUSP investiu muito em sua infraestrutura física da rede computacional, além de ampliar a comunicação entre os diversos serviços de TI. No entanto, segundo Barros, a informatização de sistemas e processos pouco evoluiu. Hoje o hospital ainda conta com uma série de sistemas funcionando em silos dificultando a interoperabilidade.
 
Para reverter este cenário, o modelo cloud parece ter sido certeiro, uma vez que a mudança para um sistema de e-mail a ser instalado localmente demandaria outros investimentos em infraestrutura de TI, além de entregar um ambiente de administração in house desnecessário. “Isso poderia muito bem ficar por conta do fornecedor do ambiente em nuvem. Além de não oferecer as funcionalidades para mensageria e colaboração que se buscava”, diz.
 
Ferramenta nova
O engenheiro elétrico, e mestre em Interoperabilidade entre fonte de dados hospitalares pela Universidade de São Paulo, bateu o martelo e convocou a Dedalus para implementar o Google Apps em toda a instituição. Alternativas foram avaliadas, mas as condições comerciais e a maturidade da ferramenta levaram Barros à decisão.
 
Com aproximadamente 8 mil usuários, a ferramenta é considerada um sucesso tanto pelos recursos disponíveis da plataforma, como pelos casos de sucessos em grande contingente de colaboradores. “Além disso, a melhoria dos processos de colaboração passou a fazer parte do propósito de mudança”, conta Barros.
 
Com uma área de 352 mil metros quadrados e cerca de 2.200 leitos distribuídos entre seus sete institutos especializados, dois hospitais auxiliares e um hospital associado, o HC garante que a migração de documentos ou outros dados para a nuvem está sendo feita aos poucos.
 
Segundo o executivo, os usuários já estão se acostumando a utilizar e confiar na nova plataforma. “Acredito que, no prazo de dois anos, não teremos mais dados no computador”, projeta. Hoje, a instituição conta com uma complexa rede de máquinas, interligando aproximadamente 4.500 equipamentos e dezenas de servidores, através de conexões de fibra ótica de alta velocidade.
 
Os benefícios da solução cloud
Quanto aos benefícios, não há comparação com as barreiras enfrentadas, segundo Barros. “Não tínhamos um sistema de e-mail confiável. Não era possível manter um SLA aceitável. Só para ter uma ideia passamos de um ambiente de 25 Mb/usuário para 30Gb/usuário. Ainda neste contexto, hoje nosso índice de reclamação com este serviço é zero”.
 
Juntamente com a implantação do Google Apps, o HC iniciou o projeto do Single Sign-on. O executivo confirma que hoje conta com uma rede complexa de sistemas, apoiado na identificação única do usuário. “Além da satisfação do usuário, tecnicamente este foi uma dois maiores produtos desta implantação”, conclui.
 
Dados de pacientes na nuvem: a falta de preparo
Como muitas outras instituições de saúde, a americana Clínica Springfield não está preparada para enviar os dados de seus 2 milhões de pacientes para a nuvem.
 
Nos Estados Unidos, organizações do setor temem enviar informações pessoais de saúde dos pacientes para a nuvem devido às exigências da Health Insurance Portability and Accountability Act (HIPAA)- lei americana que entre outras atribuições determina requisitos para garantir a privacidade do paciente. Pois, se as informações forem violadas, além de trair a confiança do paciente, podem sair extremamente caras para o prestador de serviços.
 
Um incidente com os históricos médicos de 2 milhões de pacientes na nuvem, causaria um ano de proteção de crédito, no valor de US$ 40 por cada um desses cidadãos, que podem ter tido a identidade violada. Sem falar em multas federais e outras penas e custos associados com a solução do problema. Com esses riscos em mente, as unidades preferem ser diligentes com SaaS antes de levar prontuário eletrônico do paciente ou outros sistemas clínicos para a nuvem.
 
Receio em terras americanas
Organizações de saúde estão, aos poucos, optando pela nuvem para rodar aplicativos. Isto é especialmente verdade entre os pequenos prestadores de serviços, que não possuem equipes de TI ou os recursos necessários para implementar e suportar novos aplicativos locais, além de hardware, redes e outras infraestruturas necessárias de TI.
 
Todavia, enquanto alguns prestadores de serviços de saúde começam a adotar Software como Serviço (SaaS, da sigla em inglês) para os negócios – e para aplicativos relacionados à administração – eles ainda se recusam a mover softwares clínicos e dados de pacientes.
 
É o caso de um grupo dos Estados Unidos com diversas especialidades médicas e 280 médicos atendendo milhões de pacientes, em 14 regiões do estado americano de Illinois. Após registrar crescimento significativo no número de médicos por conta de fusões, o grupo começou a explorar serviços de aplicativos de gestão do fornecedor de serviços baseados em nuvem para rodar e suportar os aplicativos de RH, folha de pagamento e financeiro.
 
A clínica também usa o software baseado em nuvem, FollowMyHealth, como portal de paciente, que permite que eles acessem histórico médico, se comuniquem com médicos de forma segura e agendem consultas. Porém, por conta das graves consequências em caso de fraudes, assume não estar preparada para mandar dados de pacientes para a nuvem.
 
Fonte Saudeweb

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