Homens ainda têm preconceito com o câncer de próstata |
O que a medicina atesta como uma forma de diagnóstico precoce protetora da saúde masculina, os homens ainda enxergam como um mecanismo que “fere a masculinidade” e causa uma experiência dolorida.
As visões desiguais sobre o toque retal e os exames preventivos do câncer de próstata são alimentadas pelo preconceito e mantêm o tumor no órgão como o mais numeroso do universo masculino.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), os 60.180 novos casos de câncer de próstata registrados anualmente lideram o ranking de ocorrência entre os homens brasileiros, sendo 3,4 vezes mais numerosos do que os 17.200 registros de câncer de traqueia e pulmão, que ocupam o segundo lugar na lista de incidência.
Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia, feita com os pacientes, atestou que até eles reconhecem os problemas provocados pela resistência em cuidar da saúde: 87% apontam o preconceito com os exames retais como o fator que mais atrapalha a prevenção da doença.
Para tentar reverter este cenário, o médico Fernando Maluf – coordenador do Centro Oncológico do Hospital São José – organizou um fórum sobre o câncer de próstata no primeiro final de semana de março.
Além de atualizações sobre tratamentos e técnicas de detecção da neoplasia, foram feitos debates com os próprios pacientes, familiares e público leigo em geral para traçar estratégias de vencer a distância entre os homens e os cuidados clínicos.
“Se os homens não tivessem este preconceito com os exames da próstata seria possível mudar, com grande potencial, o cenário da doença atual”, afirmou Fernando Maluf.
“Ainda há uma visão deturpada de que o toque retal causa dor, desconforto e afeta a masculinidade, o que é um erro. Com isso, uma parte significativa dos pacientes só procura auxílio médico quando os sintomas já indicam situação avançada da doença (como dor ao urinar e sangue na urina)”, alerta o especialista.
Todos envolvidos
Além da conscientização do público masculino, os especialistas consideram primordial que médicos de todas as especialidades – não apenas os urologistas – estejam envolvidos. A ideia é que cardiologistas, nutricionistas, psiquiatras e clínicos gerais estejam atentos aos sinais e incentivem a realização do exame, que deve ser feito a partir dos 45 anos.
A contribuição geral das várias áreas médicas pode ser resumida pelas pesquisas feitas pela nutricionista Ludmilla Eler. De acordo com os estudos apresentados por ela, a alimentação pode ser protetora da saúde da próstata.
“Existem alimentos protetores que atuam diretamente no controle da dosagem da testosterona – hormônio masculino que, em quantidade elevada, pode aumentar o risco de câncer de próstata”, afirma.
“Entre eles estão a soja, que pode ser consumida de uma a duas porções ao dia, como leite de soja ou pão com soja. Podemos citar também a semente de linhaça que é rica em ômega 3, um antioxidante rico em uma fibra chamada lignana.”
A melhor forma de consumir a linhaça é colocar até quatro colheres de chá por dia em sucos e frutas.
Fonte iG
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