Proibir o fumo em ambientes públicos fechados gera queda nos nascimentos prematuros. O dado faz parte de pesquisa divulgada recentemente pelo British Medical Journal, uma das publicações da área médica de maior prestígio internacional. O estudo, feito por pesquisadores da Universidade Hasselt, na Bélgica, envolvendo 600 mil partos, vem a tona no Mês da Mulher. A data não é por acaso.
O público feminino é o mais atingido por problemas gerados pelo fumo. No Brasil, enquanto os homens, cada vez mais, têm conseguido largar o cigarro, o número de mulheres tabagistas só aumenta: hoje, já são cerca de 10 milhões, segundo o IBGE. Como consequência, o cigarro é atualmente o responsável por 40% das mortes de mulheres com menos de 65 anos no País.
— O fumo é uma epidemia mundial, e na comparação entre os gêneros, os efeitos são ainda mais devastadores à saúde da mulher que à do homem — afirma a diretora executiva da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), Paula Johns.
Além da questão dos partos prematuros, outro dado que assusta é a divulgação de um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Milão, na Itália. Segundo a revista especializada Annals of Oncology, o câncer de pulmão vai ultrapassar o de mama, entre as mulheres europeias, até 2015. O aumento reflete o crescimento do número de mulheres que começaram a fumar nos anos 1960 e 1970. Para reduzir esses números, Paula diz que é necessária a implementação da lei antifumo, em âmbito nacional, e a proibição dos anúncios de cigarros em pontos de venda. Experiências internacionais comprovam a eficácia dessas iniciativas.
— O aumento do consumo do cigarro entre mulheres está associado a uma série de fatores, seja para aliviar a ansiedade, o estresse e a depressão, ou até mesmo as tensões do trabalho e de casa. Há ainda razões mais subjetivas, relacionadas com identidade, auto-estima, aceitação social, sentir-se madura ou sexy. É sabido que a indústria pesquisa incansavelmente sobre as aspirações das mulheres e desenvolve produtos que procuram preencher essas lacunas emocionais — comenta.
No Brasil, a lei antifumo foi sancionada em 2011, mas ainda não entrou em vigor em todo o País. Falta, por exemplo, regulamentar justamente os locais onde não se poderá fumar. Nos municípios ou estados onde há legislações específicas, estas valem e as experiências são positivas. Em São Paulo, o consumo de cigarro diminuiu pela metade já no primeiro ano de vigência da lei (2009). No Rio de Janeiro a lei existe também há quase quatro anos. Em 2009, dois mil estabelecimentos comerciais foram multados porque permitiram a presença de fumantes. Em 2012, foram apenas três multas.
Sobre a propaganda em pontos de venda, o problema atinge, também, jovens e aqueles que estão tentando parar de fumar. Um estudo australiano constatou que 40% dessas pessoas relatam ter vontade de fumar ao ver os anúncios e mais de 60% compram impulsivamente cigarros. Um outro estudo feito em 30 países subdesenvolvidos, entre eles o Brasil, constatou que restrições parciais estão associadas a uma redução de 13,6% no consumo per capita, em comparação com 23,5% em países que optaram por proibições mais abrangentes.
Outra questão que merece destaque é o consumo precoce do cigarro entre as meninas. Cerca de um terço dos adolescentes brasileiros experimentam tabaco antes dos 12 anos e o percentual de meninas que começam a fumar antes dos 15 anos de idade é 22% maior do que a de meninos, em todas as regiões do país. Para a ACT, nesse sentido, além da proibição da publicidade, há a necessidade de proibição definitiva e imediata dos aditivos nos cigarros.
— Os saborizados não fazem mais mal ao organismo que um cigarro comum, mas são usados para 'atrair' novos fumantes, principalmente os jovens, porque adicionar morango, menta, canela e açúcar diminui a irritabilidade, aumenta a aceitação ao produto e estimula a experimentação — explica Paula Johns.
A Anvisa conseguiu recentemente suspender liminar que permitia à indústria do tabaco continuar a fabricar e vender os cigarros com sabor. A proibição, agora, volta a ser válida e os produtores deverão adequar-se e cumprir os prazos de retirada desse tipo de produto do mercado, ainda este ano.
O público feminino é o mais atingido por problemas gerados pelo fumo. No Brasil, enquanto os homens, cada vez mais, têm conseguido largar o cigarro, o número de mulheres tabagistas só aumenta: hoje, já são cerca de 10 milhões, segundo o IBGE. Como consequência, o cigarro é atualmente o responsável por 40% das mortes de mulheres com menos de 65 anos no País.
— O fumo é uma epidemia mundial, e na comparação entre os gêneros, os efeitos são ainda mais devastadores à saúde da mulher que à do homem — afirma a diretora executiva da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), Paula Johns.
Além da questão dos partos prematuros, outro dado que assusta é a divulgação de um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Milão, na Itália. Segundo a revista especializada Annals of Oncology, o câncer de pulmão vai ultrapassar o de mama, entre as mulheres europeias, até 2015. O aumento reflete o crescimento do número de mulheres que começaram a fumar nos anos 1960 e 1970. Para reduzir esses números, Paula diz que é necessária a implementação da lei antifumo, em âmbito nacional, e a proibição dos anúncios de cigarros em pontos de venda. Experiências internacionais comprovam a eficácia dessas iniciativas.
— O aumento do consumo do cigarro entre mulheres está associado a uma série de fatores, seja para aliviar a ansiedade, o estresse e a depressão, ou até mesmo as tensões do trabalho e de casa. Há ainda razões mais subjetivas, relacionadas com identidade, auto-estima, aceitação social, sentir-se madura ou sexy. É sabido que a indústria pesquisa incansavelmente sobre as aspirações das mulheres e desenvolve produtos que procuram preencher essas lacunas emocionais — comenta.
No Brasil, a lei antifumo foi sancionada em 2011, mas ainda não entrou em vigor em todo o País. Falta, por exemplo, regulamentar justamente os locais onde não se poderá fumar. Nos municípios ou estados onde há legislações específicas, estas valem e as experiências são positivas. Em São Paulo, o consumo de cigarro diminuiu pela metade já no primeiro ano de vigência da lei (2009). No Rio de Janeiro a lei existe também há quase quatro anos. Em 2009, dois mil estabelecimentos comerciais foram multados porque permitiram a presença de fumantes. Em 2012, foram apenas três multas.
Sobre a propaganda em pontos de venda, o problema atinge, também, jovens e aqueles que estão tentando parar de fumar. Um estudo australiano constatou que 40% dessas pessoas relatam ter vontade de fumar ao ver os anúncios e mais de 60% compram impulsivamente cigarros. Um outro estudo feito em 30 países subdesenvolvidos, entre eles o Brasil, constatou que restrições parciais estão associadas a uma redução de 13,6% no consumo per capita, em comparação com 23,5% em países que optaram por proibições mais abrangentes.
Outra questão que merece destaque é o consumo precoce do cigarro entre as meninas. Cerca de um terço dos adolescentes brasileiros experimentam tabaco antes dos 12 anos e o percentual de meninas que começam a fumar antes dos 15 anos de idade é 22% maior do que a de meninos, em todas as regiões do país. Para a ACT, nesse sentido, além da proibição da publicidade, há a necessidade de proibição definitiva e imediata dos aditivos nos cigarros.
— Os saborizados não fazem mais mal ao organismo que um cigarro comum, mas são usados para 'atrair' novos fumantes, principalmente os jovens, porque adicionar morango, menta, canela e açúcar diminui a irritabilidade, aumenta a aceitação ao produto e estimula a experimentação — explica Paula Johns.
A Anvisa conseguiu recentemente suspender liminar que permitia à indústria do tabaco continuar a fabricar e vender os cigarros com sabor. A proibição, agora, volta a ser válida e os produtores deverão adequar-se e cumprir os prazos de retirada desse tipo de produto do mercado, ainda este ano.
Fonte Diário Catarinense
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