
Segundo os pesquisadores, as mudanças causadas na microbiota intestinal induzida pela cesariana são as causadoras desse risco. Denise Nascimento Mesquita, responsável pelo estudo, explica que essa é a primeira vez que se prova que outros fatores fora os ambientais, genéticos, fisiológicos e comportamentais podem induzir à obesidade.
A pesquisadora diz que a cesariana pode contribuir para a obesidade abdominal e subcutânea na idade adulta, e não somente na obesidade total calculada pelo índice de massa corporal (IMC). A pesquisa considerou, também, as condições materna, de gestação e do recém-nascido, para avaliar se esses influenciam no desenvolvimento desses tipos de obesidade.
Hábitos de vida e fatores socioeconômicos na idade adulta também foram levados em consideração no estudo. Os indicadores de obesidade abdominal utilizados foram a circunferência da cintura (CC), a razão cintura-altura (RCA) e a razão cintura-quadril (RCQ), e como indicadores de obesidade subcutânea a prega cutânea tricipital (PCT) e a prega cutânea subescapular (PCS). A análise da relação do parto com esses indicadores (de obesidade abdominal e subcutânea) foi realizada por meio de regressão de Poisson, modelo estatístico que estima o risco de um fator estar associado ao risco estudado.
O estudo envolveu 2.063 jovens com idade entre 23 e 25 anos que foram divididos em dois grupos: um no qual foram avaliadas as variáveis do nascimento (sexo, peso do recém-nascido, tabagismo materno durante a gestação, escolaridade materna no momento do parto, idade gestacional e paridade), e outro onde foram avaliadas as variáveis do nascimento e da fase adulta (escolaridade, renda familiar atual, tabagismo, prática de atividade física, consumo de calorias na dieta, porcentagem de gordura na dieta, idade e cor da pele).
Os resultados mostraram que 32% das pessoas avaliadas nasceram de cesariana, e esses apresentavam maiores medidas de adiposidade do que aqueles que nasceram de parto normal. A pesquisadora ressalta que o aumento de gordura corporal é multifatorial, ou seja, outros fatores além da cesariana podem fazer com que se ganhe ou se perca peso.
Fonte Agência USP
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