A demência tem um custo anual superior ao do câncer ou das doenças do coração nos Estados Unidos, atingindo valores anuais que vão de US$ 157 bilhões a US$ 215 bilhões, segundo uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira.
Muitos dos custos derivam dos cuidados de longo prazo exigidos para as pessoas que sofrem de demência, e espera-se que os gastos dobrem em 2040 com o envelhecimento da população, advertiu o estudo feito pela organização sem fins lucrativos RAND Corporation, que será publicado na edição de 4 de abril do New England Journal of Medicine.
"A carga econômica de cuidar de pessoas com demência nos Estados Unidos é cada vez maior", afirmou Michael Hurd, autor principal do estudo e economista sênior da RAND.
"Nossas descobertas apontam a urgência dos recentes esforços federais para desenvolver um plano coordenado com a finalidade de resolver o impacto crescente da demência na sociedade americana", acrescentou.
Atualmente, 5,3 milhões de americanos sofrem de doenças como o Alzheimer, a forma mais comum de demência, segundo os Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC, federal).
Espera-se que em 2050 o número de pessoas com Alzheimer alcance o dobro ou mais, devido ao envelhecimento da população, afirmou o CDC.
Em 2011, o presidente Barack Obama sancionou a Lei do Projeto Nacional do Alzheimer, que trata em parte de registrar os custos da demência para o governo e a sociedade.
A demência afeta 15% das pessoas com idades acima de 70 anos e custa para a sociedade entre 41.000 e 56.000 dólares por pessoa anualmente, segundo o estudo da New England Journal of Medicine.
"Nossos cálculos sugerem que o envelhecimento da população americana resultará em um aumento de 80% em todos os custos sociais por adulto em 2040", afirmou.
"Nossas estimativas situam a demência entre as doenças com maior custo para a sociedade", emendou.
Quando os pesquisadores consideraram os custos diretos dos cuidados e não os informais, a demência representava um gasto de US$ 109 bilhões anuais em comparação com os US$ 102 bilhões das doenças cardíacas em 2010. Já o câncer custou US$ 77 bilhões.
Segundo especialistas, os gastos informais com pacientes com demência levam a supor um peso ainda maior nos custos.
"Muitos gastos são com tratamentos informais", disse Mary Sano, diretora do Centro de Pesquisas do Mal de Alzheimer, no Centro Médico Monte Sinai, em Nova York.
O programa de assistência governamental Medicare cobre apenas 10% dos custos por ano, segundo Sano, que não participou do estudo.
As estimativas do estudo do RAND foram menores do que as recentes cifras divulgadas pela Associação do Alzheimer, que as situou em US$ 172 bilhões em 2010.
Fonte R7
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