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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Novo vírus semelhante ao da SARS pode causar infecção pulmonar letal

Um vírus novo e mortal que matou 11 dos 17 pacientes que se tratavam dele no Oriente Médio e na Grã-Bretanha parece provocar uma infecção profunda nos pulmões, afirmaram cientistas nesta quarta-feira.
 
Seis macacos utilizados em pesquisas e infectados com o novo coronavírus humano desenvolveram rapidamente pneumonia, alertaram especialistas dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos em carta publicada no New England Journal of Medicine.
 
Após serem expostos a amostras do vírus, os macacos rhesus adoeceram em 24 horas e os sintomas incluíram febre alta, falta de apetite, tosse e respiração rápida.
 
As doenças dos macacos parecem durar alguns dias antes que os sintomas clínicos desapareçam. Depois de praticar eutanásia nos macacos, os cientistas descobriram lesões avermelhadas e áreas roxas mais escuras de inflamação pulmonar nos pulmões dos animais.
 
"Vimos que ele se replica dentro dos pulmões dos macacos, o que potencialmente poderia explicar melhor a doença em humanos", explicou por telefone à AFP o cientista Vincent Munster, dos Laboratórios de Doenças Infecciosas das Montanhas Rochosas, vinculados aos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), em Montana.
 
"Isto explica em parte porque este vírus poderia ser potencialmente fatal. Caso se replique dentro dos pulmões, pode acabar destruindo a habilidade pulmonar de captar oxigênio e eventualmente causar uma doença severa", acrescentou Munster.
 
Falência dos rins tem sido vista em pessoas falecidas pela doença, que foi detectada pela primeira vez no ano passado.
 
A pesquisa com animais é um "primeiro passo para saber o que o vírus faz nos humanos" e poderá ajudar os especialistas a reduzir as estratégias de vacinação e opções antivirais para intervenção, afirmou à AFP.
 
A carta ao New England Journal of Medicine é a primeira a descrever uma pesquisa animal feita sobre o vírus. Segundo Munster, as tentativas anteriores para estudá-lo em hamsters foram de pouca utilidade.
 
Mas ainda há muitas perguntas sobre o vírus, que se parece ao da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), surgida no sudeste da Ásia há uma década - e a gripe aviária na forma como afeta os pulmões.
 
Formalmente a doença é chamada hCoV-EMC/2012 de coronarívus humano do Centro Médico Erasmus, nome herdado da instituição de saúde holandesa que o identificou.
 
Segundo Munster, a amostra viral fornecida aos cientistas no laboratório das Montanhas Rochosas pelo instituto holandês para a pesquisa com macacos não parece causar a forma severa da doença que foi observada em humanos.
 
Isto poderia indicar que há casos mais brandos em circulação entre humanos ou poderia refletir uma diferença na forma como primatas e humanos reagem à infecção.
 
A pesquisa atual limitou-se a estudar casos em pessoas que foram hospitalizadas com a forma severa da doença.
 
A Organização Mundial da Saúde reportou no fim de março que um homem de 73 anos dos Emirados Árabes Unidos foi a 11ª vítima fatal deste novo coronavírus. A OMS documentou um total de 17 casos da doença em todo o mundo.
 
Fonte R7

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