Modelos matemáticos devem ser implementados na prática clínica para orientar as decisões |
Modelos matemáticos de previsão são melhores do que os médicos para prever os resultados e as respostas dos pacientes com câncer de pulmão ao tratamento, de acordo com pesquisadores do Maastricht University Medical Center, na Holanda.
Segundo os pesquisadores, essas diferenças aplicam-se mesmo depois que os médicos tiveram contato com o paciente, o que pode fornecer informações extra, e sabem qual plano de tratamento e a dose de radiação que será adotada.
A pesquisa foi apresentada no 2 º Fórum da Sociedade Europeia de Radioterapia e Oncologia (ESTRO).
"O número de opções de tratamento disponíveis para os pacientes com câncer de pulmão está aumentando, assim como a quantidade de informação disponível para o paciente individual. É evidente que isso pode complicar a tarefa do médico no futuro. Se os modelos com base nas características do paciente, do tratamento e do tumor superam os médicos, então não é ético tomar decisões de tratamento baseado exclusivamente em opiniões dos médicos. Acreditamos que os modelos devem ser implementados na prática clínica para orientar as decisões", afirma o pesquisador Cary Oberije.
Oberije e seus colegas na Holanda utilizaram modelos matemáticos de previsão que já tinham sido testados e publicados. Os modelos utilizam informação de pacientes anteriores para criar uma fórmula estatística que pode ser utilizada para prever a probabilidade de resultados e as respostas à radioterapia, com ou sem quimioterapia, para doentes futuros.
Tendo obtido as previsões dos modelos matemáticos, os pesquisadores pediram radioterapeutas experientes para prever a probabilidade de pacientes com câncer de pulmão sobreviverem por dois anos, ou sofrerem falta de ar (dispneia) e dificuldade para engolir (disfagia) em dois pontos no tempo:
- depois de terem visto o doente pela primeira vez;
- e depois que o plano de tratamento estava feito.
No primeiro momento, os médicos previram a sobrevivência de dois anos para 121 pacientes, dispneia para 139 e disfagia para 146 pacientes.
No segundo momento, as previsões só estavam disponíveis para 35, 39 e 41 pacientes, respectivamente.
Para todas as três previsões e em ambas as ocasiões, os modelos matemáticos superaram substancialmente as previsões dos médicos.
Segundo os pesquisadores, é importante que mais pesquisas sejam realizadas sobre como modelos de previsão podem ser integrados no atendimento clínico padrão. Além disso, a melhoria dos modelos, incorporando os mais recentes avanços em áreas como a genética, a imagem e outros fatores, é importante. Isso fará com que seja possível adequar o tratamento biológico ao tipo de tumor do paciente.
Fonte isaude.net
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