Brasília - Os progressos feitos nos países em desenvolvimento e de menor
desenvolvimento relativo para melhorar a qualidade da saúde de suas populações
têm sido "dramáticos", informou ontem (15) a Organização Mundial da Saúde (OMS),
no anuário World Heath Statistics 2013.
De acordo com o relatório, os avanços estão relacionados à tentativa de
cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) da Organização das
Nações Unidas (ONU), estabelecidos em 2000. Em
abril, a ONU iniciou uma contagem regressiva para os mil últimos dias antes
do término da campanha, em 2015.
"Intensos esforços para atingir os ODM têm melhorado claramente a saúde das
pessoas em todo o mundo", disse, em nota, a diretora-geral da OMS, Margaret
Chan. Para a OMS, as metas do milênio têm sido determinantes para a saúde,
especialmente no sentido de reduzir a diferença entre os países mais e menos
favorecidos.
Entre as áreas em que a organização constatou resultados positivos estão a
redução de mortes materna e infantil, a melhoria da nutrição e a redução de
mortes causadas pelo vírus HIV, pela tuberculose e pela malária - áreas alvo dos
objetivos do milênio. Ainda
assim, a organização informou que os avanços são insuficientes para atingir as
metas globais até 2015.
Os progressos em relação à mortalidade infantil, nutrição e prevenção de
doenças, segundo a OMS, trouxeram resultados sobre outros índices globais, como
o aumento da expectativa de vida entre a população mundial: 70 anos, seis a mais
do que em 1990.
Há uma diferença entre homens (expectativa de 68 anos) e mulheres (72 anos).
A Europa é a região com a expectativa de vida mais alta, 76 anos, em média. A
mais baixa é a da África, 56 anos, em média. No Brasil, a taxa é 76 anos.
Outro índice que indica o progresso da saúde é a queda da taxa de mortalidade
infantil – a probabilidade de morte no primeiro ano de vida a cada mil
nascimentos. Em 2011, ano base no anuário, a taxa foi 37%. Em 2000, era 51%; dez
anos antes, 61%.
A taxa de obesidade entre pessoas com mais de 20 anos, o uso de tabaco entre
adolescentes e adultos, o consumo de álcool entre adultos, o uso de
preservativos por pessoas dos 15 aos 49 anos e o conhecimento da população jovem
sobre HIV e aids também foram fatores considerados pela OMS.
Em relação aos índices verificados pela OMS no Brasil, eles são superiores à
média mundial em todos os quesitos analisados como fatores de risco à saúde. O
acesso da população brasileira à água potável é 97%, sete pontos percentuais a
mais do que em 2000. No mundo, hoje, o acesso é 89%.
A taxa de mortalidade de crianças com menos de 5 anos é 16% no Brasil. Na
América Latina e no Caribe, os piores índices são os do Haiti (70%), da Bolívia
(51%) e da Guiana (36%). Os países da região que registram os melhores índices
são Cuba (6%), Chile (9%) e Uruguai (10%).
No que tange às condições sanitárias, a taxa de uso no Brasil é 81%, mais do
que os 75% em 2000. No mundo, o uso da rede sanitária atinge 64% da população.
Em relação às crianças até os 6 meses alimentadas exclusivamente por leite
materno a taxa é 40% dos bebês – em 2010, era 9%, no Brasil. No mundo, o índice
é 38%.
Outro ponto destacado pela OMS é o acesso a medicamentos por meio do setor
público. Nos países de baixa e média renda, a escassez de medicamentos faz com
que a população tenha de recorrer ao setor privado, onde os preços podem ser até
16 vezes maiores.
De acordo com os critérios do Banco Mundial, seguidos pela OMS, países de
baixa renda são os que a população tem renda per capita inferior a US$ 1.025
(pouco mais de R$ 2 mil, por ano). Os de renda média, entre U$ 1.026 e U$ 4.035
(entre R$ 2 mil e 8 mil, aproximadamente, por ano).
Publicado anualmente pela OMS, o
anuário contém dados de 194 países. Há indicadores sobre de mortalidade,
doença e saúde - incluindo expectativa de vida, doenças e mortes por doença,
serviços de saúde e tratamentos, investimentos na área e fatores de risco e
comportamentos que afetam a saúde.
Fonte Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário