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quinta-feira, 16 de maio de 2013

OMS diz que qualidade da saúde melhorou nos países pobres, mas está longe do desejado

Brasília - Os progressos feitos nos países em desenvolvimento e de menor desenvolvimento relativo para melhorar a qualidade da saúde de suas populações têm sido "dramáticos", informou ontem (15) a Organização Mundial da Saúde (OMS), no anuário World Heath Statistics 2013.
 
De acordo com o relatório, os avanços estão relacionados à tentativa de cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) da Organização das Nações Unidas (ONU), estabelecidos em 2000. Em abril, a ONU iniciou uma contagem regressiva para os mil últimos dias antes do término da campanha, em 2015.
 
"Intensos esforços para atingir os ODM têm melhorado claramente a saúde das pessoas em todo o mundo", disse, em nota, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan. Para a OMS, as metas do milênio têm sido determinantes para a saúde, especialmente no sentido de reduzir a diferença entre os países mais e menos favorecidos.
 
Entre as áreas em que a organização constatou resultados positivos estão a redução de mortes materna e infantil, a melhoria da nutrição e a redução de mortes causadas pelo vírus HIV, pela tuberculose e pela malária - áreas alvo dos objetivos do milênio. Ainda assim, a organização informou que os avanços são insuficientes para atingir as metas globais até 2015.
 
Os progressos em relação à mortalidade infantil, nutrição e prevenção de doenças, segundo a OMS, trouxeram resultados sobre outros índices globais, como o aumento da expectativa de vida entre a população mundial: 70 anos, seis a mais do que em 1990.
 
Há uma diferença entre homens (expectativa de 68 anos) e mulheres (72 anos). A Europa é a região com a expectativa de vida mais alta, 76 anos, em média. A mais baixa é a da África, 56 anos, em média. No Brasil, a taxa é 76 anos.
 
Outro índice que indica o progresso da saúde é a queda da taxa de mortalidade infantil – a probabilidade de morte no primeiro ano de vida a cada mil nascimentos. Em 2011, ano base no anuário, a taxa foi 37%. Em 2000, era 51%; dez anos antes, 61%.
 
A taxa de obesidade entre pessoas com mais de 20 anos, o uso de tabaco entre adolescentes e adultos, o consumo de álcool entre adultos, o uso de preservativos por pessoas dos 15 aos 49 anos e o conhecimento da população jovem sobre HIV e aids também foram fatores considerados pela OMS.
 
Em relação aos índices verificados pela OMS no Brasil, eles são superiores à média mundial em todos os quesitos analisados como fatores de risco à saúde. O acesso da população brasileira à água potável é 97%, sete pontos percentuais a mais do que em 2000. No mundo, hoje, o acesso é 89%.
 
A taxa de mortalidade de crianças com menos de 5 anos é 16% no Brasil. Na América Latina e no Caribe, os piores índices são os do Haiti (70%), da Bolívia (51%) e da Guiana (36%). Os países da região que registram os melhores índices são Cuba (6%), Chile (9%) e Uruguai (10%).
 
No que tange às condições sanitárias, a taxa de uso no Brasil é 81%, mais do que os 75% em 2000. No mundo, o uso da rede sanitária atinge 64% da população. Em relação às crianças até os 6 meses alimentadas exclusivamente por leite materno a taxa é 40% dos bebês – em 2010, era 9%, no Brasil. No mundo, o índice é 38%.
 
Outro ponto destacado pela OMS é o acesso a medicamentos por meio do setor público. Nos países de baixa e média renda, a escassez de medicamentos faz com que a população tenha de recorrer ao setor privado, onde os preços podem ser até 16 vezes maiores.
 
De acordo com os critérios do Banco Mundial, seguidos pela OMS, países de baixa renda são os que a população tem renda per capita inferior a US$ 1.025 (pouco mais de R$ 2 mil, por ano). Os de renda média, entre U$ 1.026 e U$ 4.035 (entre R$ 2 mil e 8 mil, aproximadamente, por ano).
 
Publicado anualmente pela OMS, o anuário contém dados de 194 países. Há indicadores sobre de mortalidade, doença e saúde - incluindo expectativa de vida, doenças e mortes por doença, serviços de saúde e tratamentos, investimentos na área e fatores de risco e comportamentos que afetam a saúde.
 
Fonte Agência Brasil

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