O equilíbrio entre a mente, o corpo e o espírito é capaz de trazer benefícios e melhorar a qualidade de vida |
A relação das pessoas com o sagrado, em suas mais diversas formas, também pode ser uma fonte de bem-estar. O equilíbrio entre a mente, o corpo e o espírito é capaz de trazer benefícios e melhorar a qualidade de vida.
A pesquisa IBE, realizada em Porto Alegre, evidencia a relação entre felicidade e espiritualidade. As pessoas que afirmam possuir alguma religião apresentam maior bem-estar do que as que não têm uma crença, resultado que se repete em quase todas as dimensões avaliadas. Enquanto os religiosos alcançaram o índice de 0,69, aquelas sem nenhuma crença ficaram com 0,63.
O pesquisador do Núcleo de Estudos da Religião da UFRGS Rodrigo Toniol afirma que a importância da religião na vida de cada um é um fator muito pessoal e que as respostas para essa avaliação podem ser tão variadas quanto o número de pessoas no mundo. Ele destaca, entretanto, que a relação das pessoas com o sagrado tem se modificado.
– Percebemos uma tendência de uma diminuição de fiéis em instituições religiosas tradicionais, como o catolicismo, que veio acompanhada de um aumento de seguidores das igrejas neopentecostais, um fenômeno que merece atenção no atual quadro das religiões no Brasil – comenta.
Ao mesmo tempo, diz Toniol, há um crescente individualismo do crer e o número de pessoas sem religião tem aumentado, “o que não significa que essas pessoas não busquem se relacionar com o sagrado de outros modos”, esclarece. Nesse cenário, ocorre uma legitimação de terapias alternativas. Algumas, inclusive, tiveram sua oferta assegurada pela chamada Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, lançada pelo Ministério da Saúde em 2006.
– Para o sujeito, na maior parte das vezes, essas práticas não têm a ver com algo da ordem dos dogmas religiosos, mas com a possibilidade de desenvolvimento mental, físico e espiritual de si mesmo – diz Toniol.
Foi justamente para alcançar “um afago na alma” e uma melhor qualidade de vida que a jornalista Isabela Niemeyer, 42 anos, buscou a euritmia, uma prática corporal que busca harmonizar o corpo, a alma e o espírito. Para ela, a escolha foi acertada:
– É uma outra vida. Sinto que tenho mais energia, mais força vital, que estou mais conectada a mim mesma, à comunidade que eu estou frequentando, ao Universo.
Entendendo que a presença do sagrado está em cada um e em todos, Isabela tem uma relação particular com a espiritualidade:
– Cada um pode ser e ter essa conexão que eu chamo de divina. Você não precisa estar em uma religião específica, você tem de seguir o seu coração, acreditar. A euritmia me fez ver, de fato, o que está no meu coração.
O que é a euritmia
A euritmia é uma prática que trabalha para harmonizar a alma, o corpo e o espírito por meio dos movimentos.
– Esse movimento faz com que a gente se alinhe com as forças da terra (a matéria) e com as forças do céu (o espírito). A postura ereta do ser humano mostra que nós somos seres que vivem entre esses dois âmbitos – explica a euritmista Margrethe Skou Larsen.
A palavra euritmia vem do grego e significa “ritmo harmonioso”. O precursor foi o austríaco Rudolf Steiner que, em 1912, realizou uma movimentação de busca pela espiritualidade no mundo da dança. Nessa busca, surge a euritmia.
Na dança, todo o movimento é consciente e repleto de sentimento, o oposto do que ocorre na ginástica. Segundo Margrethe, tudo acontece por meio da percepção, permeando todas as partículas do corpo.
Veja a relação entre religão e bem-estar segundo a pesquisa IBE:
Veja a relação entre religão e bem-estar segundo a pesquisa IBE:
Fonte Zero Hora
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