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segunda-feira, 3 de junho de 2013

Registros Eletrônicos de Saúde podem reduzir a produtividade, dizem médicos

Seis em cada dez médicos não utilizam tecnologias
móveis de saúde
Segundo a Delloitte, 15% dos médicos não pretendem usar registros eletrônicos. Estudo mostra contrastes com outra pesquisa e relata que a resistência ao EHR tende a vir de médicos mais velhos e que trabalham sozinhos
 
Quase todos os médicos norte-americanos que responderam uma recente pesquisa realizada pela Accenture disseram utilizar os registros eletrônicos de saúde (EHR). No entanto, uma nova pesquisa realizada pela Delloitte mostrou um quadro um tanto diferente: apenas 2/3 dos médicos disseram ter EHR capaz de demonstrar Uso Significativo (MU), e 45% do terço restante, cerca de 15% de todos os entrevistados, disseram não ter planos de comprar um EHR que cumpra os critérios de Uso Significativo.
 
As duas pesquisas foram realizadas ao mesmo tempo, e ambas incluíram o mesmo número de médicos norte-americanos. A Accenture entrevistou 3.700 médicos, em oito países, incluindo 500 médicos dos EUA; a pesquisa da Delloitte envolveu apenas cerca de 500 médicos escolhidos aleatoriamente, no Masterfile da Associação Médica Americana (AMA). Enquanto a Delloitte perguntou sobre EHRs qualificados para Uso Significativo – por exemplo, sistemas que tenham capacidades básicas – a Accenture se interessou sobre qualquer tipo de EHR.
 
A Delloitte descobriu que apenas metade dos médicos com 60 anos de idade ou mais tem EHRs prontos para Uso Significativo. Em comparação, 71% dos médicos entre 25 e 39 anos de idade têm tais EHRs; assim como 71% dos médicos entre 40 e 29 anos e 67% entre 50 e 59 anos.
 
Médicos que trabalham em pequenas clínicas ou sozinhos em consultórios são menos prováveis de ter EHRs do que aqueles que trabalham em grandes grupos e sistemas de saúde. Apenas 31% dos que trabalham sozinhos têm EHRs contra 62% em clínicas com até nove médicos e 82% das que empregam mais de 10 profissionais de saúde. Entre os médicos que trabalham sozinhos que não têm EHRs, 71% não planeja ter; fato que também se confirmou para 32% dos médicos em clínicas de médio porte e 28% dos grandes grupos que ainda não têm EHR.
 
De acordo com a pesquisa, o principal motivo para não adotar EHR é o investimento inicial, os custos com a manutenção frequente e o aumento na complexidade da entrega de cuidados com um EHR.
 
Ken Bowden, um consultor de gestão de uma clínica em Pittsfield, Massachusetts, disse que os médicos que resistem ao EHR se dividem em dois campos: “Um grupo esconde a cabeça num buraco e diz ‘saia daqui’. E o outro grupo são os médicos que simplesmente acham que não vale a pena. Porque, mesmo que o reembolso do governo chegue a 60 mil dólares, a maioria dos sistemas custam pelo menos isso e eles perdem um ano de renda na implementação do sistema. Se eles tiverem menos de 10 anos para se aposentar, eu mesmo os aconselho a não fazer”.
 
Alguns especialistas, segundo Bowden, recomendam que os médicos reduzam as consultas pela metade pelos primeiros seis meses depois da implementação de um sistema de EHR. “Nenhum dos meus clientes eliminou metade dos horários de consulta, mas eles fizeram bem menos atendimentos do que faziam no passado [antes do EHR]. Demora entre um ano e meio e dois anos para voltar ao ponto anterior, se conseguir voltar. Alguns desses sistemas reduzem sua produtividade e você nunca mais a recupera”.
 
Outra pesquisa realizada pela AmericanEHR e pelo American College of Physicians apoiam o ponto de Bowden. De acordo com essa pesquisa, realizada em 2012, 32% dos médicos que já usavam EHR disseram que não conseguiram recuperar sua produtividade. Apenas 20% disseram o mesmo em uma pesquisa similar de 2010.
 
Bowden admite que se os médicos fossem mais bem treinados em EHR e se tivessem uma equipe de suporte, “eles reduziriam pela metade o tempo de interrupção”. Isso foi comprovado pelos clínicos gerais que receberam ajuda do centro de extensão regional em Massachusetts. “Eu não tenho ouvido histórias de terror vindas de lá”, disse ele. Mas a usabilidade dos EHRs também é importante, e muitos de seus clientes “optam pelo mais barato” quando compram o sistema de EHR, acrescentou ele.
 
A pesquisa da Deloitte também descobriu que:
 
– 73% os médicos acreditam que a TI de saúde ajuda a melhorar a qualidade dos cuidados no longo prazo. Médicos mais jovens e os que trabalham em grandes clínicas foram mais propensos a dizer isso.
 
– 71% dos médicos acreditam que a promessa da TI de reduzir gastos na saúde está inflada e que a tecnologia irá aumentar e não cortar os gastos. Esta posição foi assumida com mais abrangência entre os médicos que trabalham sozinhos e aqueles empregados por clínicas que não pertencem às organizações de cuidado responsável.
 
– 1/3 dos médicos se comunicam com pacientes via e-mail ou mensagens de texto.
 
– 15% dos médicos utilizam a telemedicina para acompanhamento ou diagnósticos de pacientes.
 
– 14% dos entrevistados permitem que os pacientes agendem consultas e acessem resultados de exames e registros médicos por dispositivos móveis.
 
– Seis em cada dez médicos não utilizam tecnologias móveis de saúde – tablets ou smartphones – para fins clínicos.
 
Dentre os que não utilizam tecnologias móveis, 44% atribuem a relutância à falta de cooperação no ambiente de trabalho, 29% atribuem à preocupação com a privacidade dos pacientes e 26% à ausência de programas e aplicativos apropriados.
 
Fonte SaudeWeb

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