
“Porque essas pessoas têm risco muito maior de ter uma segunda fratura do que
aquelas, por exemplo, que têm osteoporose e nunca tiveram uma fratura antes”,
disse à Agência Brasil o vice-presidente do Comitê de Doenças
Osteometabólicas da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot) e
chefe do Serviço de Ortopedia do Hospital Federal de Ipanema, Bernardo
Stolnick.
A unidade do Ministério da Saúde já implementou a campanha há dois anos, por
meio do Programa de Prevenção a Refraturas (PrevRefrat), considerado referência
no mundo entre os serviços de excelência que adotam o parâmetro. O PrevRefrat
servirá de modelo para os demais hospitais brasileiros, porque adota a linha e a
filosofia da campanha da IOF.
Será lançada também nesta sexta-feira campanha informativa da Sbot regional
Rio de Janeiro em todos os hospitais públicos do estado que tenham ambulatório
de ortopedia ou emergência ortopédica. O objetivo é orientar as pessoas que já
tiveram fratura por fragilidade óssea, ou seja, que decorre de uma queda
simples, a ligar para o PrevRefrat para agendar consulta e tratamento. O
programa do Hospital Federal de Ipanema tem, no momento, 250 pacientes em
tratamento, sendo que apenas cinco tiveram refratura. “Ou seja, temos uma taxa
de refratura de 2%. Provavelmente, é a melhor taxa do mundo”, avaliou
Stolnick.
Segundo o especialista, já está comprovado o sucesso da filosofia da
campanha da IOF em relação à gestão pública dos pacientes que têm osteoporose.
Além de maior risco de ter as chamadas fraturas de repetição, esses pacientes
apresentam mais taxas de internação e reinternação, “gerando um custo social,
humano e financeiro grande para todos os países”.
A pior das fraturas é a de fêmur, que exige cirurgia e internação e tem
elevada taxa de mortalidade. Stolnick informou que 50% das pessoas que tiveram
esse tipo de ocorrência, “antes disso tiveram outra fratura qualquer”. Ele
explicou que, se houver a intervenção em pacientes depois desse primeiro caso,
consegue-se reduzir entre 50% e 60% a ocorrência de fratura de fêmur.
Stolnick disse ainda que existe o compromisso de reduzir em 20% a incidência
de fratura de fêmur em todo o mundo até 2020. “A única forma de fazer isso é
intervindo em relação a esses pacientes” - daí a importância de lançar a
campanha no Brasil. O chefe do Serviço de Ortopedia do Hospital Federal de
Ipanema ajudou a elaborar o painel de boas práticas da campanha.
Dados da IOF mostram que uma fratura por osteoporose ocorre a cada três
segundos no mundo, correspondendo a 25 mil casos por dia ou 9 milhões por ano.
Stolnick acrescentou que uma fratura vertebral ocorre a cada 22 segundos. “Uma
em cada quatro mulheres depois dos 50 anos de idade vai ter uma fratura
osteoporótica e um a cada cinco homens também”. Só que os homens não parecem se
preocupar com a osteoporose. Ele alertou que, com o aumento da longevidade da
população, haverá mais gente com essa deficiência óssea e tendo fraturas. No
Brasil, a estimativa é que 10 milhões de pessoas tenham osteoporose hoje.
A projeção para 2050 é que haverá uma fratura de quadril na América do Sul a
cada 72 segundos, com base no crescimento da população e no aumento da
longevidade. “Então, é imperioso que você reduza esse número de fraturas. E a
melhor forma, mais efetiva e mais barata é intervir em relação aos pacientes que
já tiveram fratura por osteoporose. Esta é a base da campanha”, reiterou.
Fonte Agência Brasil
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