Rio de Janeiro - Pacientes que precisam de tratamento de doenças do sistema
nervoso central e periférico, como tumores e doenças vasculares e degenerativas,
incluindo cirurgias de alta complexidade, poderão ser atendidos no Instituto
Estadual do Cérebro (IEC), no centro da capital fluminense.
A unidade
hospitalar, que vinha funcionando em sistema de teste desde junho para
atendimento ambulatorial, foi inaugurada no começo da noite de ontem (30) com as
presenças do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e do governador fluminense,
Sérgio Cabral.
Para o diretor do IEC, o neurocirurgião Paulo Niemeyer, o instituto vai ser
um marco na medicina do Rio e do Brasil. Ele explicou que, além de um centro de
assistência em cirurgias de alta complexidade e neurocirurgia, a unidade vai
formar neurocirurgiões e desenvolver pesquisas em convênios com várias
universidades para terapias celular, de células-tronco e para o tratamento de
AVC (acidente vascular cerebral). "Vai ter um trabalho muito amplo, que não vai
se resumir só ao atendimento" disse Niemeyer à Agência
Brasil.
No dia 1º de novembro deste ano, começarão as cirurgias e as internações.
Inicialmente o instituto vai funcionar com 44 leitos de terapia intensiva, três
dos quatro centros cirúrgicos e nove salas de ambulatório. Para novembro também
está previsto o início de funcionamento da sala de cirurgia e de ressonância
magnética integradas. “Quando tudo estiver operando, a unidade contará 200
leitos entre internação, UTI [unidade de tratamento intensivo] e estabilização.
A meta é fazer dez cirurgias por dia e 200 por mês, ao atingir o pleno
funcionamento”, destacou.
O Instituto, que recebeu cerca de R$ 80 milhões do governo do estado, entre
obras e equipamentos, não terá atendimento de emergência. O projeto prevê também
a construção de um prédio de 12 andares para permitir que seja ampliada a
capacidade de internação, além da realização de pesquisas, entre outras áreas,
em genética, em biologia molecular e no treinamento de microcirurgia.
Uma novidade será a utilização da cromoterapia no tratamento alternativo nos
quatro leitos de UTI pediátrica. A terapia é reconhecida pela Organização
Mundial da Saúde como uma das principais para a cura de doenças. A criança vai
poder escolher qual a cor do seu quarto, tornando mais agradável o período de
internação. Duas vezes ao dia, haverá ainda sessão de cromoterapia para ajudar
na recuperação.
Paulo Niemeyer explicou que esse tipo de tratamento é raro nos
hospitais do país e vai servir para estimular as crianças assistidas. "São
cuidados de humanização que a gente não tem nos serviços públicos", declarou. O
diretor acredita que o projeto será seguido por outros estados. "É uma
iniciativa que tem tudo para ser um sucesso", ressaltou.
Fonte Agência Brasil
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