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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Alguns medicamentos engordam. Você sabe quais são?

Retenção hídrica, aumento do apetite ou lentidão no metabolismo são alguns dos efeitos colaterais de remédios que levam ao aumento do peso; endocrinologista dá dicas de como lidar com isso
 
Algum tempo depois de iniciar o uso de uma medicação, muitas pessoas queixam-se de ganhar de peso. Em geral, isso acontece com quem faz uso de anticoncepcionais, antidepressivos, corticoides e ansiolíticos. Mas será que existem formas de prevenir esse tão indesejado efeito colateral? 
 
“O ganho de peso decorrente de medicamentos pode ser devido à retenção de líquido, lentidão no metabolismo ou aumento no apetite, causado pelos próprios medicamentos”, explica a endocrinologista Andressa Heimbecher. Segundo ela, controlar mais de perto a dieta e priorizar a realização de atividades físicas são as melhores formas de combater o problema.
 
A médica alerta que é preciso entender como cada medicamento age no organismo para poder controlar esse ganho de peso. Os anticoncepcionais, por exemplo – principalmente aqueles de alta dosagem hormonal – causam retenção hídrica. “Logo que o efeito da medicação passa, o líquido será eliminado, bem como o peso excedente”, diz.
 
Em outros casos, não é tão fácil perder o peso adquirido. “O problema se concentra naqueles medicamentos que causam aumento do apetite ou deixam o metabolismo mais lento”, enfatiza a especialista. Nesses casos, a pessoa come mais ou gasta menos energia, o que acarreta um ganho de peso sob forma de massa de gordura. “E isso não vai desaparecer com o final do tratamento”, alerta Andressa.

 Ela lembra, no entanto, que a via comum para o ganho de peso sempre é o comer mais. “Quando uma pessoa tem aumento de apetite, pode comer alface ou chocolate e os resultados para o peso serão diferentes”.
 
Andressa aconselha que o paciente peça ao médico a substituição de um medicamento que gere aumento de peso por outro que não tenha esse efeito, sempre que possível. “Mas se o uso do medicamento for inevitável, o mais importante é controlar a dieta mais de perto e de forma mais rígida”, considera. E ressalta: “exercício físico, também nesses casos, é fundamental.”

Conheça os medicamentos que podem gerar ganho de peso:

1) Antidepressivos tricíclicos, como amitriptilina e nortriptilina: causam aumento de apetite e, por consequência, ganho de peso. Já os inibidores de receptação de serotonina (fluoxetina, por exemplo), não estão associados ao ganho de peso e podem ser utilizados nos estados ansiosos. A exceção é a paroxetina.
 
2) Anti-histamínicos como cetirizina ou fexofenadina. Os anti-histamínicos são componentes de muitas medicações anti-alérgicas. Alguns antidepressivos têm efeito anti-histamínico.
 
3) Medicações anti-psicóticas da classe dos anti-psicóticos atípicos, como olanzapina – usada para esquizofrenia e transtorno bipolar – e risperidona – usada no tratamento do transtorno bipolar, psicose e transtorno obsessivo compulsivo. “Muitos também ocasionam aumento de resistência insulínica podendo levar ao desenvolvimento de diabetes tipo 2”, completa a endocrinologista.
 
4) Anti-hipertensivos beta-bloqueadores, como atenolol e metoprolol. Eles aumentam a sensação de fadiga, contribuindo para a inatividade física e redução do gasto energético.
 
5) Corticóides: aumentam a retenção hídrica e geram resistência insulínica. Além disso, são estimuladores do apetite e podem reduzir a taxa metabólica.
 
6) Medicamentos para o controle do diabetes, como os da classe das sulfoniluréias: glibenclamida, glicazida e glimepirida. Aumentam os níveis de insulina no sangue, ocasionando aumento de apetite e acúmulo de gordura. O uso de insulina também está associado ao aumento de peso. Outros medicamentos da classe das glitazonas – pioglitazona e rosiglitazona – geram retenção hídrica e aumentam o processo de diferenciação das células de estoque de gordura.
 
7) Estabilizadores de humor: ácido valpróico e o lítio causam aumento de apetite e, portanto, ganho de peso.
 
8) Anticoncepcionais de dosagens mais altas são associados ao ganho de peso por retenção hídrica.

Andressa Heimbecher está à disposição da imprensa para falar sobre obesidade, hábitos alimentares, andropausa, diabetes, colesterol, reposição hormonal e outros temas de saúde ligados à endocrinologia.
Sobre Andressa Heimbecher

Médica formada pela Universidade Federal do Paraná em 2004, é especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Em 2005, trabalhou na prefeitura de Curitiba (PR), no atendimento a diabéticos, quando decidiu seguir pela Endocrinologia. Fez Residência Médica em Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital do Servidor Estadual de São Paulo. É médica colaboradora do Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), membro titular da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e membro ativo da Endocrine Society.

Maxpress

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