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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

A alimentação correta das crianças de acordo com a faixa etária

A quantidade de alimento e a proporção de representantes de cada
 grupo alimentar que devem ir ao prato variam na infância e adolescência
Sair do aleitamento materno para entrar nos alimentos sólidos não significa que seu filho possa comer como um adulto. Saiba como montar as refeições em cada fase
 
Respeitar as peculiaridades de cada fase do desenvolvimento humano é primordial tanto para a saúde psicológica quanto para a física. Pular etapas, principalmente na infância e na adolescência, prejudica o amadurecimento pleno e pode ter consequências sérias na vida adulta e na velhice. No que diz respeito à alimentação, isso é ainda mais palpável, pois as consequências são rápidas e visíveis.
 
“A relação com a alimentação tem um papel fundamental no bem-estar físico, emocional e social da criança. Hábitos incorretos resultam em inúmeros prejuízos, envolvendo doenças como desnutrição, anemia, raquitismo, obesidade, além de déficit no crescimento”, afirma a nutricionista Erika Romano, da clínica Nutrado.               
            
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a alimentação infantil vai do nascimento até o fim da adolescência, aos 19 anos de idade. A atenção à nutrição deve começar já na primeira mamada do recém-nascido, como explica Tamara Lazarini, mestre em nutrição pela Universidade de São Paulo (USP), gerente do departamento científico da Danone Baby e ex-presidente da Associação Paulista de Nutrição (APAN): “As bases da alimentação são fixadas na infância, e os mil primeiros dias são cruciais para determinar o futuro da criança”
 
A nutricionista especializada em nutrição clínica e em padrões gastronômicos Fabiana Borrego, da ChefNutri, ressalta que o papel da família é relevante nesse momento. “Estudos mostram que o filho que faz ao menos quatro refeições por semana com a família tem menos risco de desenvolver transtornos alimentares, agressividade e inapetência. Mas muito da alimentação incorreta das crianças está no comportamento dos pais: para ajudá-las, é preciso antes mudar o padrão alimentar dos adultos. Precisamos mostrar o mundo maravilhoso dos alimentos para todos. Hoje em dia, querem comida rápida e prática de ser consumida. Mas fruta também é ‘fast food’. Tem coisa mais rápida que pegar uma maçã para comer?”, sugere.
 
“Será que meu filho está comendo direito?”
Tanto faz se o filho come até o último grão de arroz do prato a cada refeição ou se ele deixa restos: pais sempre tenderão a se preocupar se ele está comendo bem. Isso é bom, mas não deve causar desespero, segundo Fabiana: “É um pensamento até ‘antigo’, pois cada criança tem uma necessidade nutricional diferente, um biotipo próprio. Às vezes, ela não raspa o prato, mas o que comeu é suficiente para nutri-la”.
                          
A nutricionista ensina que o importante é observar os sinais de boa nutrição: peso adequado, boa imunidade, disposição para brincar, dormir bem e acordar bem, bom apetite, crescimento adequado, funcionamento regular do intestino, cabelos e unhas saudáveis, dentes fortes e pele corada.
 
“Também devem ser acompanhados os hábitos da criança. Se ela restringe alimentos, é muito seletiva e mesmo assim está dentro dos padrões normais de crescimento, é bom procurar um médico para detectar se há alguma deficiência de nutrientes. Isso, na maioria das vezes, não demonstra sintomas”, complementa Erika.
 
Outra razão para passar por uma consulta com pediatra ou nutricionista é a instrução dos próprios adultos. “Por falta de conhecimento, muitos pais introduzem alimentos inadequados às refeições dos bebês. Um exemplo disso é o leite de vaca a partir do sexto mês de idade. Ele pode causar obesidade, sobrecarga renal, anemia, déficit de crescimento ou alergia alimentar. O médico indica um leite com nutrientes ajustados, adequado para a fase da criança”, diz Tamara.
 
Quantidade e proporção
A inadequação não acontece apenas com o leite. Ao longo das fases da infância, a quantidade de alimento e a proporção de representantes de cada grupo alimentar que devem ir ao prato da criança variam. “Na primeira infância, o ferro é de extrema importância. Com a evolução da idade, não deixa de ser importante, mas o foco é voltado para o cálcio”, exemplifica Tamara.
 
Ela continua: “Além disso, o número de porções deve ser ajustado à idade”. Ou seja: não é porque a criança já saiu do período de amamentação e de alimentação pastosa que poderá comer como qualquer adulto da família. E seu filho de dois anos não deve ser alimentado da mesma maneira que o priminho de sete anos, por exemplo.
 
Seguindo as orientações das profissionais que falaram à matéria, saiba em que fases a infância é dividida para a alimentação e que parâmetros podem ajudá-la a montar as refeições de seu filho no dia a dia.
 
- Do nascimento aos seis meses de idade (lactentes)
Aqui ainda não há pratos, pois é a fase de aleitamento materno exclusivo. Nesses primeiros meses, a mãe deve ter cuidado redobrado com a própria alimentação, pois tudo o que ingerir será ingerido pelo bebê através do leite. Estudos indicam também que o padrão alimentar da criança é formado a partir da amamentação – se a mãe come bastante cenoura, por exemplo, o filho desenvolverá gosto pelo alimento.
 
No primeiro mês de vida, o recém-nascido deve ser alimentado no esquema de amamentação por livre demanda, ou seja, mamar sempre que manifestar fome. Do segundo mês em diante, o padrão é que ele vá ao peito da mãe de três em três horas.
 
- De sete a onze meses (complementação do aleitamento) 
Intercalados com as mamadas, os alimentos pastosos começam a ser introduzidos na vida do bebê.
 
Eles devem ser constituídos por quase todos os grupos alimentares, na seguinte quantidade de porções por dia:
  • Carboidratos – 3
  • Verduras e legumes – 3
  • Frutas – 3
  • Leite e derivados – apenas o aleitamento materno
  • Carnes e ovos – 2
  • Feijões – 1
  • Óleos e gorduras – 2
  • Açúcares – 0
- De um a três anos (primeira infância)
Fase crucial para a definição do futuro alimentar e também para o crescimento das crianças, aqui a quantidade de carboidratos aumenta, assim como a de frutas. Leites e seus derivados e açúcares podem ser introduzidos na alimentação.
 
A quantidade de porções de cada grupo alimentar por dia deve ser:                
  • Carboidratos – 5
  • Verduras e legumes – 3
  • Frutas – 4
  • Leite e derivados – 3
  • Carnes e ovos – 2
  • Feijões – 1
  • Óleos e gorduras – 2
  • Açúcares – 1
- De quatro a 12 anos (pré-escolar e escolar)
A quantidade de frutas deve diminuir levemente e a de óleos e gorduras pode ser cortada pela metade. A recomendação de porções de cada grupo alimentar por dia é:
  • Carboidratos – 5
  • Verduras e legumes – 3
  • Frutas – 3
  • Leite e derivados – 3
  • Carnes e ovos – 2
  • Feijões – 1
  • Óleos e gorduras – 1
  • Açúcares – 1
- Dos 13 anos em diante (adolescência)
A adolescência é aquela fase em que o apetite aumenta, principalmente entre os meninos. As diferenças de biotipo ficam ainda mais evidentes – quem é grande dá a famosa espichada por volta dos 13 ou 14 anos, quem tem natureza menor mantém-se em crescimento moderado –, e cada corpo passa a ter suas necessidades nutricionais.
 
Por isso, as quantidades de porções de cada grupo alimentar por dia são flexíveis, como segue:
  • Carboidratos – 5 a 9
  • Verduras e legumes – 4 a 5
  • Frutas – 4 a 5
  • Leite e derivados – 3
  • Carnes e ovos – 1 a 2
  • Feijões – 1
  • Óleos e gorduras – 1 a 2
  • Açúcares – 1 a 2
Delas

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