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Um dos métodos, desenvolvido na França e já utilizado no Brasil, dispensa o
uso da incubadora onde o embrião se forma, cortando o custo pela metade.
O encontro do óvulo com o espermatozoide ocorre dentro de cápsula colocada na
vagina.
Após três dias, o embrião é retirado da cápsula e transferido para o
útero.
A outra técnica, de origem belga, substitui materiais caros usados na FIV por
outros mais simples.
O principal é a incubadora de gás carbônico, que controla
os níveis de acidez do ambiente.
Os pesquisadores obtiveram o gás de forma mais barata, misturando ácido
cítrico e bicarbonato de sódio.
Doze crianças já nasceram por meio da técnica, segundo estudo apresentado em
conferência de fertilidade em Londres.
Segundo os autores, do Genk Institute for Fertility Technology, a eficácia é de 30%, semelhante à da FIV tradicional, e os custos caíram de 85% a 90% em relação aos preços de mercado.
Segundo os autores, do Genk Institute for Fertility Technology, a eficácia é de 30%, semelhante à da FIV tradicional, e os custos caíram de 85% a 90% em relação aos preços de mercado.
No Brasil, cada ciclo de FIV custa entre R$ 6.000 e R$ 15 mil, sem contar a
medicação.
O acesso ao tratamento pelo SUS é restrito a poucos centros de referência.
O acesso ao tratamento pelo SUS é restrito a poucos centros de referência.
O ginecologista Eduardo Motta, professor da Unifesp, pondera que a pesquisa
não cita os custos dos remédios que estimulam a ovulação e nem do material usado
para aspirar os óvulos.
"Hoje, só de material, gastamos R$ 1.500, sem contar o custo do médico, do
técnico, do biólogo e das instalações."
Além do gás carbônico, os belgas também usaram agulhas e cateteres de
transferência mais econômicos.
Barateamento
Para Artur Dzik, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, embora a técnica belga tenha potencial de baratear a FIV, ela é limitada por ter sido usada apenas em casais mais jovens (menos de 35 anos) e sem infertilidade masculina grave.
Para Artur Dzik, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, embora a técnica belga tenha potencial de baratear a FIV, ela é limitada por ter sido usada apenas em casais mais jovens (menos de 35 anos) e sem infertilidade masculina grave.
"Para validar esse barateamento, precisamos de um estudo multicêntrico,
incluindo vários grupos de casais em diferentes países", diz ele.
O método francês (Invo) usa uma cápsula permeável pouco difundida no Brasil.
Em Campos dos Goytacazes (RJ) a técnica já foi incluída num programa público de fertilidade. Por ano, são feitos de 35 ciclos, com taxas de gravidez de 29%.
Em Campos dos Goytacazes (RJ) a técnica já foi incluída num programa público de fertilidade. Por ano, são feitos de 35 ciclos, com taxas de gravidez de 29%.
Segundo o ginecologista Francisco Colucci, do Hospital Escola Alvaro Alvim,
que oferece a técnica, a taxas de gravidez são semelhantes às da FIV tradicional
(o que é contestado por outros especialistas em reprodução, que apontam eficácia
de até 60% da técnica convencional), e o preço é de R$ 8.000, incluindo a
medicação.
Na Invo, a vagina desempenha o papel da incubadora, mantendo a temperatura
ideal e fornecendo o ambiente necessário para o desenvolvimento do embrião.
Após três dias, a cápsula é removida da vagina e os embriões são levados ao
laboratório. Os de melhor qualidade são transferidos para o útero. "É mais
natural. Na vagina a taxa de oxigenação é de 3% a 5%. Na incubadora, de 18%
20%", diz Colucci.
A técnica não serve para casos de infertilidade masculina, quando é indicado
o procedimento chamado ICSI, em que um único espermatozoide é injetado no óvulo.
Para o médico, a principal vantagem do método é o menor custo do tratamento,
o que facilita a adoção pelo serviço público de saúde.
Na literatura médica sobre a Invo, é apontado o risco de contaminação dos
embriões por germes da vagina, como a Candida albicans. Colucci contesta. "A
cápsula filtra a entrada de bactérias."
Folhaonline
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