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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Podemos dizer que queixas de memória são coisas da idade?

É bastante comum vermos pessoas com mais de 60 anos de idade colocando a culpa de suas queixas de memória no cérebro que não é mais jovem. Na verdade, o envelhecimento cerebral normal provoca apenas discretas mudanças no desempenho cognitivo após os 50-60 anos de idade, muitas vezes só detectáveis através de testes rigorosos. Na maioria das vezes, porém, as queixas de memória têm mais relação com quadros de ansiedade, depressão, transtornos do sono e o estresse do dia a dia do que com doenças cerebrais propriamente ditas.
Infelizmente, algumas pessoas à medida que envelhecem começam a ter queixas de memória de forma mais intensa, podendo evoluir para quadros de demência.

A definição de demência é o acometimento de diversas dimensões do pensamento que chega a comprometer a capacidade de um indivíduo em realizar suas atividades habituais. Entre o envelhecimento cerebral normal e a demência, podemos encontrar pessoas que estão no meio do caminho, e essa é uma condição chamada de transtorno cognitivo leve.
Idosos com transtorno cognitivo leve costumam apresentar dificuldades significativas de memória com outras funções cognitivas preservadas, sem que isso atrapalhe de forma expressiva suas atividades diárias. Outros apresentam uma variante em que a memória é preservada enquanto outras funções estão acometidas. Nem todas as pessoas que apresentam transtorno cognitivo leve apresentarão demência no futuro, mas a maioria apresentará sim. A cada ano, cerca de 10-15% de idosos com diagnóstico de transtorno cognitivo leve  receberá o diagnóstico de demência, comparado a 1-2% para idosos sem o problema.
 
Um estudo envolvendo 4 mil idosos revelou que, após 3 anos de acompanhamento, aqueles que desenvolveram uma síndrome demencial apresentavam uma pontuação média significativamente maior  (4.4 pontos) numa escala de auto-avaliação de memória do que os idosos que não desenvolveram a doença (2.5 pontos).  Não há um número mágico nesta escala que permita dizer que um determinado indivíduo tenha mais chance de vir apresentar demência, mas é razoável pedir a opinião de um médico no caso de uma pontuação acima de 2 pontos. Veja abaixo a escala.
E nada de pânico, já que dificuldades de memória na maior parte das vezes não são sinais de doenças degenerativas.

Uma dica é avaliar o grau da sua memória. Faça este TESTE

* Ricardo Teixeira é neurologista, dirige o Instituto do Cérebro de Brasília e é professor da pós-graduação em Divulgação Científica e Cultural da Unicamp.

Fonte saudeparatodos

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