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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Lesões em diversas partes do corpo podem levar a problemas de raciocínio

NOVA YORK - Um golpe na cabeça não é a única forma de deixar um atleta mais lento e confuso. Uma torção no tornozelo ou luxação no joelho também podem afetar os resultados de exames relacionados a atenção e memória, além de influenciar no tempo estimado para acompanhar as contusões, de acordo com um novo estudo.

Isso significa que treinadores e a equipe médica deveriam falar com os atletas sobre os sintomas das contusões quando avaliam a seriedade de uma lesão na cabeça, e não apenas se basear no resultados dos exames, de acordo com uma nova pesquisa. Os especialistas estão cada vez mais preocupados com as consequências das contusões, especialmente nos atletas mais jovens.

Os machucados na cabeça podem causar tontura, problemas na memória, problemas de atenção, que geralmente somem com algumas semanas. Mas quando os atletas tentam retornar destas contusões muito rápido, eles ficam expostos a uma condição rara, mas ainda assim perigosa, chamada "síndrome do segundo impacto", que ocorre quando há uma segunda lesão antes mesmo de se recuperar completamente da primeira.

Uma forma de gerenciar as contusões, e decidir quando os atletas estão prontos para retornar às atividades, é usar exames computadorizados que avaliam a velocidade e acertos em testes com palavras, símbolos e padrões. Um resultado fraco nos testes sugere ao médico que o atleta pode ainda estar sob os efeitos da lesão.

No estudo divulgado, pesquisadores da Universidade de Toronto aplicaram um teste de 20 minutos para 72 estudantes que também são atletas, incluindo jogadores de futebol americano, hóquei e jogadores de lacrosse. Dezoito atletas avaliados tinham sofrido alguma contusão nos últimos três anos, outros 18 tinham sido afastados recentemente por causa de danos nos músculos ou tendão. Outros 36, usados para comparação, não tinham se machucado.

Como esperado, os atletas que tinham machucado a cabeça foram piores que aqueles que não tinham sofrido nenhuma mal, reagindo mais lentamente, apresentando problema com memória e atenção. Aqueles que tiveram problemas musculares ou nos tendões também tiveram resultados piores que os atletas sem contusões em alguns testes, e a pontuação deles geralmente ficava entre o dos outros dois grupos.

"Isso sugere que precisamos ver os exames computadorizados como mais um detalhe e não como o resultado final", diz o cirurgião ortopédico Dr. Mark Halstead, da Escola de Medicina da Universidade de Washington. "Pode existir outros fatores que afetam o resultado dos atletas nos testes."

Estes fatores podem incluir a frustração do atleta por estar machucado, ou outras respostas relacionadas à lesão, explica a equipe liderada por Michael Hutchison na revista American Journal of Sports Medicine. Outra possibilidade, eles dizem, é a dor e o desconforto proporcionado pela lesão muscular e no tensão fazerem os atletas pensarem com menos clareza.

"Se você tiver uma pessoa que já tenha machucado a cabeça, você não pode automaticamente achar que tudo o que os exames apontarem esteja relacionado a esta lesão," disse Hutchison.

Halstead disse que estes resultados não são tão surpreendentes, e que o exame computadorizado é apenas uma das ferramentas usadas pelos médicos para monitorar o progresso dos pacientes. "Nós podemos muito bem gerenciar um contusão sem isto", ele disse.

O estudo mostra a importância de se observar todos os aspectos do paciente, ao invés de se basear em apenas um teste. Mas Halstead diz que por se tratar de um estudo pequeno, novas pesquisas deverão ser feitas para entender como machucados que não ocorrem na cabeça podem afetar habilidades de raciocínio e como isso deve ser lavado em consideração no acompanhamento das pessoas que sofrem lesões.

Fonte Estadão

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