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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Portugal: Projecto: Saúde à mesa nas cantinas escolares

Cem por cento saudável, 100% saborosa, 100% variada. É assim que o Programa com o mesmo nome pretende transformar as refeições nas cantinas das escolas de Norte a Sul. Uma iniciativa da Unilever Jerónimo Martins, que conta com o apoio do Ministério da Educação e da Plataforma contra a Obesidade. Seis meses depois do arranque, mais de 200 cozinheiros já foram formados.

Seja um bom prato de almôndegas com esparguete, um frango com castanhas ou uma espetada de peru no forno, o menu disponível em muitas cantinas de escolas nacionais está diferente. Tem outro colorido, fruto dos ingredientes que, ao mesmo tempo, lhe conferem um sabor capaz de conquistar os gostos dos pequenos comensais. A responsabilidade é do programa 100% que, seis meses depois do seu arranque, recebeu a inscrição de 241 escolas e deu formação a 54, o que representa 208 cozinheiros formadas e 14 787 refeições diárias servidas.

Mas nem sempre é fácil agradar a quem, por tradição, prefere comer o que faz pior. O chef Paulo Pinto, da Associação de Cozinheiros Profissionais de Portugal, parceira do projecto, concorda. Mas não acredita em impossíveis. «O grande desafio é o de dar às crianças os produtos confeccionados da forma que eles mais gostam. Por exemplo, podemos pegar numa cenoura cozida, adicionar um pouco de mel e uma folha de gelatina. É só puxar pela imaginação e adaptar aos gostos de cada criança», explica ao Destak.

Porque no diversificar é que está o ganho, o chef acabaria com os pratos que têm lugares marcados nos menus. «O Programa 100% mostra que se podem diversificar as ementas, indo ao encontro de pratos mais equilibrados e aceites pelos exigentes “clientes”.»

Trabalho também em casa

É aos chefs que cabe a difícil tarefa de formar os cozinheiros. E, aqui, um dos principais inimigos volta a ser a rotina. A este juntam-se ainda, explica Paulo Pinto, «o pouco equipamento disponível e a falta de tempo para poderem ser criativos e dar um pequeno toque que pode fazer toda a diferença numa refeição».

Apesar de tudo, «as refeições da cantina passaram a ser mais saudáveis mas também mais saborosas e adequadas a um target mais jovem», confirma a nutricionista Helena Cid. E o trabalho desenvolvido, que passa também pela «redecoração dos refeitórios, tornando-os em Espaços 100%», não se fica pelas escolas. «Sabemos que é muito importante envolver os alunos, mas a família também. As receitas estão disponíveis on-line, acessíveis aos pais, tentando criar dinamismo em torno das mesmas e levando esta alimentação saudável também para fora da escola.»

Até porque, reforça Paulo Pinto, «a desculpa do tempo não é aceitável. Em apenas uma hora pode-se programar as refeições de toda a semana. É importante que pais e cozinheiros nas escolas pensem que, neste processo, estão poupar no futuro muitas horas de visitas e tratamentos médicos que podem resultar de uma má alimentação, já para não referir todos os danos de saúde que esta má alimentação pode causar nas crianças».

Fonte Destak

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