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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Tomografia de coronária identifica bloqueios com precisão

Um exame de tomografia coronária é muito mais preciso na detecção de obstrução das artérias do que testes laboratoriais padrão. A técnica foi aprovada em agosto pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e será incluída nos exames pagos por convênios a partir de janeiro de 2012.

A tomografia, que já existe há oito anos, inclusive no Brasil, pode evitar mortes por doença arterial coronária, na qual o estreitamento das veias cria obstáculos para o fluxo de sangue ao coração.

Divulgação
Tomografia de artérias coronárias em paciente com stent na artéria coronária direita(CD)
Tomografia de artérias coronárias em paciente com stent na artéria coronária direita(CD)


O exame é importante, porque a doença coronária mata em silêncio, explica o radiologista do InCor (Instituto do Coração), Luiz Francisco Ávila. "Mesmo indo ao médico e fazendo os exames convencionais, o paciente não vê a doença. Ela só aparece quando 70% do vaso está obstruído."

Testes laboratoriais, de esforço ou ecocardiograma não detectam obstruções se até 60% da artéria estiver bloqueada.

De acordo com o radiologista, 68% dos infartos acontecem com uma placa menor que 50%, ou seja, exames convencionais não detectariam o risco de parada cardíaca.

"Antes era difícil fazer imagens das artérias coronárias, pois era muito rápida a passagem do contraste. Como o coração batia, a imagem ficava toda mexida", explica Ávila.

O desenvolvimento de um aparelho chamado multidetector aumentou a velocidade da máquina, o que possibilita injetar o contraste e adquirir a imagem da artéria rapidamente.

Um dado alarmante mostra que metade dos 1,2 milhão de norte-americanos que tem síndrome coronariana aguda por ano, tem como primeira manifestação da doença a morte súbita.

"Normalmente, o paciente não teve nem dor no peito, nem cansaço, nem arritmia", diz.

O médico ainda explica que os pacientes que tem uma obstrução pequena na artéria morrem porque a placa se rompe e ele infarta.

"A tendência hoje na cardiologia é cada vez mais utilizar esse método."

Ele afirma que o único método que permite ver desde 1% de placa é a tomografia coronária. "O médico vê a placa enquanto ela está dentro da parede do vaso, antes dela migrar e começar a obstruir."

Ávila diz que hoje são feitas 200 tomografias de coronária por dia, em média, em São Paulo. Os aparelhos são usados tanto na rede pública como na rede privada.

O exame é feito, principalmente, para descartar a hipótese de doença coronária. Com a imagem da artéria, o paciente pode saber se deve tomar medidas de precaução, como diminuir o colesterol, praticar esportes e parar de fumar.

Outra vantagem é o tempo de duração que separa o exame do resultado: dez minutos.

Fonte Folhaonline

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