O DiabetesManager, da WellDoc, baixou o nível de glicose de sangue em recentes experimentos aleatórios, mas não afetou sintomas clínicos
Um sistema de orientação, baseado em telefone celular, pode ajudar diabéticos a alcançarem uma significativa redução no nível de glicose no sangue, de acordo com um estudo publicado recentemente. No entanto, o assistente não ajudou a apresentar melhorias em outras medições ou sintomas.
Em um estudo realizado durante um ano, pesquisadores do departamento de epidemiologia e saúde pública da faculdade de medicina da Universidade de Maryland, em Baltimore, concluiu que pacientes que tiveram acesso ao sistema móvel para orientação de tratamento e comportamento foram capazes de reduzir a hemoglobina glicosilada (A1c) – medida do controle de glicose no sangue em longo prazo – com mais eficiência do que os pacientes que têm acompanhamento médico esporádico ou que se cuidam sozinhos. Os resultados foram independentes do nível de A1c no inicio do estudo.
A equipe de pesquisadores, com o apoio da WellDoc, desenvolvedora de aplicativos para gerenciamento de doenças; da CareFirst BlueCross BlueShield, seguradora de saúde de Maryland; da LifeScan, fabricante de aparelhos médicos; e da Sprint, empresa de telecomunicações, relatou as descobertas em um artigo publicado na edição de Setembro do jornal Diabetes Care.
“Pelo o que sabemos, esse foi o primeiro estudo de grupo aleatório para a intervenção de orientação móvel para tratamento de diabetes, conduzido em uma comunidade por mais de um ano. Poucos estudos anteriores de intervenções para tratamento de diabetes com comunicação eletrônica ou móvel foram aleatórios, incluíram um grupo controlado ou duraram um ano”, escreveu um epidemiologista de Maryland.
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Os pesquisadores acompanharam 163 pacientes com diabetes tipo 2, em 26 clínicas de Maryland, durante um ano. Todos com planos de saúde comerciais. Os pacientes foram divididos em quatro grupos: um grupo de controle com tratamento tradicional, em consultório; um grupo com o assistente da WellDoc e acesso a um portal seguro na web por onde poderiam se comunicar com os médicos; um grupo com o sistema da WellDoc em que os médicos poderiam acessar os dados enviados pelo paciente; e um grupo em que o médicos tinham suporte para decisões clínicas que ligavam dados aos padrões de cuidados e diretrizes de cuidados baseadas em evidências.
Todos os pacientes receberam o medidor de glicose One Touch Ultra 2, da LifeScan. Pacientes de três grupos receberam, também, telefones celulares com plano de dados e o software móvel de gerenciamento de diabetes da WellDoc, que entregou mais 1.000 mensagens de auto-gerenciamento, conforme especificado por um algoritmo que considera fatores como nível de glicose no sangue, medicamentos e consumo de carboidratos. O portal na web incluía registro pessoal de saúde pra relatar informações relacionadas ao tratamento de diabetes, como resultados de exames.
Os pacientes podiam se comunicar, por telefone ou via portal, com especialistas em diabetes, que atuaram como “gerente de caso virtual”, mas foram encorajados a optar por mensagens eletrônicas. Os pacientes receberam um “plano de ação”, pelo portal, a cada dois meses e meio, que os ajudavam no autogerenciamento e serviam como resumos clínicos antes das visitas ao médico.
Os pesquisadores concluíram que grupo em que os médicos tinham acesso ao suporte de decisões clínicas viu o nível de A1c cair 1.9 pontos percentuais, enquanto pacientes no grupo de controle tiveram redução mediana, de apenas 0.7 pontos. De acordo com o estudo, o grupo de controle só teve alguma melhora porque tinha a educação apropriada. A equipe de Maryland citou pesquisas anteriores que mostraram que 55% das pessoas com diabetes tipo 2 recebem orientação e educação sobre a doença, e que apenas 16% seguem as recomendações médicas de regimes auto-gerenciados.
No entanto, não houver qualquer mudança “convincente” em outros indicadores de controle de diabetes, incluindo visão embaçada, dores, depressão e pressão arterial preocupante. Os pesquisadores recomendam que estudos de acompanhamento analisem como tecnologias móveis podem afetar comportamento relacionado à aderência aos medicamentos, atividades físicas e comunicação entre médico e paciente.
“Podem ser mecanismos importantes para explicar as mudanças na hemoglobina glicosilada, mas não foram analises primárias ou secundárias planejadas nesse estudo. Estudos futuros para saúde móvel devem considerar a caracterização mais específica do comportamento de pacientes e prestadores de serviços para suportar as mudanças nos parâmetros clínicos”, alega o artigo.
Fonte SaudeWeb
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