Ele é um conjunto de reações químicas do organismo, mas é tão citado nas rodas de bate-papo que mais parece uma pessoa.
O metabolismo, coitado, é xingado de lento e culpado pelo ganho ou perda de peso, pela falta de disposição, pelo aumento ou diminuição da fome e por tudo o mais que comprometa a silhueta. Contudo, é preciso saber que muitas dessas responsabilidades lançadas sobre ele não passam de injustiças. Um exemplo é a lenda de que parar de fumar o desacelera. Muito pelo contrário, fumar é que o deixa agitado e, quando o indivíduo suspende o cigarro, o ritmo do metabolismo volta ao normal e a pessoa sente a diferença. Para não cometer mais erros, especialistas tiram dúvidas e explicam como ajustá-lo a favor da saúde e da boa forma.
Primeiro, que tal entender como o metabolismo funciona (veja infografia)? Ele é um complexo sistema de reações químicas responsável pela produção de calor, geração de energia, síntese e degradação de compostos que mantêm as funções fisiológicas dos seres vivos e se divide em dois estados: o anabolismo e o catabolismo. O primeiro é o momento de construção de moléculas em que os tecidos e órgãos são regenerados e passam por manutenção. Geralmente ocorre na ingestão de alimentos após a atividade física. Já a reação catabólica é caracterizada pela quebra de substâncias complexas em simples. Um exemplo é o processo digestivo.
De acordo com Rosana Radominski, endocrinologista que preside o Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), a alteração da funcionalidade do metabolismo pode ocorrer pela interferência de vários hormônios, como os secretados pela glândula tireoide e o cortisol (secretado pelas glândulas suprarrenais) e por deficit de vitaminas e minerais. Ela explica que o desempenho do metabolismo varia de pessoa para pessoa, porque parte dele é geneticamente determinado. Outro diferencial está na idade e no tipo de vida. “Com o avançar do tempo, o metabolismo se torna mais lento porque a massa muscular diminui e os órgãos também envelhecem, gastando assim menos energia”, explica.
Outra questão é o aumento da produção de hormônios ruins e a redução dos bons, que contribuem para a lentidão do mecanismo. Rosana conta que há pessoas com o metabolismo mais lento, assim como existem os mais acelerados, e pode ser que isso as faça engordar ou emagrecer demais. Entretanto, esse não é um indicador determinante para a diminuição ou ganho de peso. “A maior parte das pessoas engorda porque come mais e se exercita menos do que necessita, desequilibrando assim a balança e vice-versa”, opina.
Então, nesses casos, para acelerar o metabolismo, será que vale seguir a orientação de comer de três em três horas? Para a médica, essa orientação não passa de um mito. Ela conta que o corpo gasta energia para digerir e absorver os alimentos do mesmo jeito, independentemente de as refeições serem fracionadas ou não. “Isso está bem documentado: comer três ou seis refeições resulta em um gasto calórico no fim do dia igual e o metabolismo dos nutrientes é o mesmo. O fracionamento das refeições ajuda a antecipar a fome e o indivíduo acaba comendo menos durante o dia”, esclarece.
Equilíbrio
A pergunta então é como acelerá-lo? O fisiologista e nutricionista Alexandre Santana é enfático: ganhando massa muscular. Ele esclarece que, quanto mais músculos o corpo tem, mais energia o organismo terá de gastar para mantê-los saudáveis. “O ideal é que essa energia venha da gordura. O problema é que muitas vezes ela vem de outras partes, como dos músculos”, salienta. Esse desequilíbrio, além de não ser nada saudável, ainda pode ser um indicativo de deficit de vitaminas e alguns minerais.
Santana conta que por esse motivo existe uma forma de ajustar o metabolismo: aliar dieta a exercícios mais adequados. Segundo ele, esse conjunto de atividades obriga o metabolismo a usar melhor as fontes energéticas. Esse ajuste nutricional é baseado no tipo de alimentação e nos nutrientes que estão em falta em cada pessoa, que podem ser descobertos por meio de exames de sangue. “É possível também descobrir como o metabolismo está trabalhando com exercício e em repouso.”
Os exames medem — pela respiração e por um determinado tempo — quantas calorias o organismo gasta para trabalhar e dizem quais são as fontes de energia. “Por exemplo, é possível saber se o metabolismo usa mais gordura, mais carboidrato ou proteína”, diz. Com o resultado, Santana conta que o ajuste é realizado de forma individualizada.
Bons aliados da dieta e que também aceleram o mecanismo são os chamados alimentos termogênicos. Esses ingredientes são compostos de cafeína e xantinas (bebidas como café e chá) e estimulam o sistema nervoso simpático, aceleram a frequência cardíaca e o gasto energético. “Eles aumentam a temperatura corporal e por consequência aceleram o metabolismo”, diz. Mas é uma pena que todos esse benefícios não sejam duradouros. “O organismo se adapta com a ingestão crônica dessas substâncias e o metabolismo volta ao normal. Vários estudos mostram que o uso crônico de café ou chás não ajuda o indivíduo a emagrecer”, ressalta a endocrinologista Rosana Radominski.
A analista de controle interno Luciana Cury, 29 anos, conta que sempre teve problema para ganhar peso e principalmente massa muscular. Mesmo praticando musculação em treinos pesados e comendo muito, nem o peso, tampouco os músculos apareciam. “Eu achava que jamais conseguiria definir meu corpo. Achava que músculo era genético e que não iria conseguir adquiri-los nunca”, recorda. Foi quando ela resolveu investigar o porquê de o metabolismo dela ser tão acelerado e como ela poderia ajustá-lo. “Fiz o exame do metabolismo e hoje trabalho de acordo com a minha frequência cardíaca. Faço um trabalho personalizado para o meu tipo de organismo e os resultados apareceram rapidamente”, diz. Segundo Luciana, mesmo tendo ficado três meses sem malhar, em apenas um mês de retorno o corpo voltou ao normal, prova de que o trabalho individualizado dá certo.
Fonte Correio Braziliense
O metabolismo, coitado, é xingado de lento e culpado pelo ganho ou perda de peso, pela falta de disposição, pelo aumento ou diminuição da fome e por tudo o mais que comprometa a silhueta. Contudo, é preciso saber que muitas dessas responsabilidades lançadas sobre ele não passam de injustiças. Um exemplo é a lenda de que parar de fumar o desacelera. Muito pelo contrário, fumar é que o deixa agitado e, quando o indivíduo suspende o cigarro, o ritmo do metabolismo volta ao normal e a pessoa sente a diferença. Para não cometer mais erros, especialistas tiram dúvidas e explicam como ajustá-lo a favor da saúde e da boa forma.
Primeiro, que tal entender como o metabolismo funciona (veja infografia)? Ele é um complexo sistema de reações químicas responsável pela produção de calor, geração de energia, síntese e degradação de compostos que mantêm as funções fisiológicas dos seres vivos e se divide em dois estados: o anabolismo e o catabolismo. O primeiro é o momento de construção de moléculas em que os tecidos e órgãos são regenerados e passam por manutenção. Geralmente ocorre na ingestão de alimentos após a atividade física. Já a reação catabólica é caracterizada pela quebra de substâncias complexas em simples. Um exemplo é o processo digestivo.
De acordo com Rosana Radominski, endocrinologista que preside o Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), a alteração da funcionalidade do metabolismo pode ocorrer pela interferência de vários hormônios, como os secretados pela glândula tireoide e o cortisol (secretado pelas glândulas suprarrenais) e por deficit de vitaminas e minerais. Ela explica que o desempenho do metabolismo varia de pessoa para pessoa, porque parte dele é geneticamente determinado. Outro diferencial está na idade e no tipo de vida. “Com o avançar do tempo, o metabolismo se torna mais lento porque a massa muscular diminui e os órgãos também envelhecem, gastando assim menos energia”, explica.
Outra questão é o aumento da produção de hormônios ruins e a redução dos bons, que contribuem para a lentidão do mecanismo. Rosana conta que há pessoas com o metabolismo mais lento, assim como existem os mais acelerados, e pode ser que isso as faça engordar ou emagrecer demais. Entretanto, esse não é um indicador determinante para a diminuição ou ganho de peso. “A maior parte das pessoas engorda porque come mais e se exercita menos do que necessita, desequilibrando assim a balança e vice-versa”, opina.
Então, nesses casos, para acelerar o metabolismo, será que vale seguir a orientação de comer de três em três horas? Para a médica, essa orientação não passa de um mito. Ela conta que o corpo gasta energia para digerir e absorver os alimentos do mesmo jeito, independentemente de as refeições serem fracionadas ou não. “Isso está bem documentado: comer três ou seis refeições resulta em um gasto calórico no fim do dia igual e o metabolismo dos nutrientes é o mesmo. O fracionamento das refeições ajuda a antecipar a fome e o indivíduo acaba comendo menos durante o dia”, esclarece.
Equilíbrio
A pergunta então é como acelerá-lo? O fisiologista e nutricionista Alexandre Santana é enfático: ganhando massa muscular. Ele esclarece que, quanto mais músculos o corpo tem, mais energia o organismo terá de gastar para mantê-los saudáveis. “O ideal é que essa energia venha da gordura. O problema é que muitas vezes ela vem de outras partes, como dos músculos”, salienta. Esse desequilíbrio, além de não ser nada saudável, ainda pode ser um indicativo de deficit de vitaminas e alguns minerais.
Santana conta que por esse motivo existe uma forma de ajustar o metabolismo: aliar dieta a exercícios mais adequados. Segundo ele, esse conjunto de atividades obriga o metabolismo a usar melhor as fontes energéticas. Esse ajuste nutricional é baseado no tipo de alimentação e nos nutrientes que estão em falta em cada pessoa, que podem ser descobertos por meio de exames de sangue. “É possível também descobrir como o metabolismo está trabalhando com exercício e em repouso.”
Os exames medem — pela respiração e por um determinado tempo — quantas calorias o organismo gasta para trabalhar e dizem quais são as fontes de energia. “Por exemplo, é possível saber se o metabolismo usa mais gordura, mais carboidrato ou proteína”, diz. Com o resultado, Santana conta que o ajuste é realizado de forma individualizada.
Bons aliados da dieta e que também aceleram o mecanismo são os chamados alimentos termogênicos. Esses ingredientes são compostos de cafeína e xantinas (bebidas como café e chá) e estimulam o sistema nervoso simpático, aceleram a frequência cardíaca e o gasto energético. “Eles aumentam a temperatura corporal e por consequência aceleram o metabolismo”, diz. Mas é uma pena que todos esse benefícios não sejam duradouros. “O organismo se adapta com a ingestão crônica dessas substâncias e o metabolismo volta ao normal. Vários estudos mostram que o uso crônico de café ou chás não ajuda o indivíduo a emagrecer”, ressalta a endocrinologista Rosana Radominski.
A analista de controle interno Luciana Cury, 29 anos, conta que sempre teve problema para ganhar peso e principalmente massa muscular. Mesmo praticando musculação em treinos pesados e comendo muito, nem o peso, tampouco os músculos apareciam. “Eu achava que jamais conseguiria definir meu corpo. Achava que músculo era genético e que não iria conseguir adquiri-los nunca”, recorda. Foi quando ela resolveu investigar o porquê de o metabolismo dela ser tão acelerado e como ela poderia ajustá-lo. “Fiz o exame do metabolismo e hoje trabalho de acordo com a minha frequência cardíaca. Faço um trabalho personalizado para o meu tipo de organismo e os resultados apareceram rapidamente”, diz. Segundo Luciana, mesmo tendo ficado três meses sem malhar, em apenas um mês de retorno o corpo voltou ao normal, prova de que o trabalho individualizado dá certo.
Fonte Correio Braziliense
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