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terça-feira, 15 de novembro de 2011

O que o corpo e as atitudes de seus pais dizem sobre seu futuro?

Genética e comportamento familiar podem dar boas pistas de como será sua saúde e o seu físico em longo prazo

"Antes de casar com uma mulher, confira bem o físico da mãe dela. É um sábio espelho do futuro".

O conselho popular pode ter certo respaldo científico. Antes, porém, é preciso saber que não só as mulheres, mas também os homens devem encarar o comportamento e corpo dos pais como um possível sinal de alerta.

“Não é uma regra geral. O que a Lei de Mendel afirma é que somos feitos com 50% de carga genética materna e 50% paterna. Nos últimos anos, porém, os cientistas descobriram que essa divisão não é necessariamente equilibrada”, pontua Salmo Raskin, geneticista e diretor da Sociedade Brasileira de Genética Médica.

Segundo o especialista, em certos pontos do material genético, a contribuição do pai, ou da mãe, é inativada, silenciada, o que justificaria porque uma mulher herda mais características do pai do que da mãe, por exemplo.

“Ainda estamos começando a compreender melhor esse fenômeno”, diz Raskin.

Puxou a quem?
Quadril largo, seios fartos ou bumbum avantajado não são necessariamente hereditários. Fatores comportamentais como má alimentação, sedentarismo podem ser gatilhos quando existe uma genética desfavorável.

“Transformações podem aparecer por conta de mudanças externas. Sabemos que genética e ambiente interagem durante a vida das pessoas.”

Para deixar mais didática a explicação, Raskin usa como exemplo a matemática: qual a probabilidade de um casal com olhos castanhos ter filhos de olhos azuis? A pergunta resgata da memória as aulas de biologia do ensino fundamental – genes recessivos e dominantes – os famosos "a" e "A".

“Quantos casais têm filhos com cor de olhos que não tem nada a ver com nenhum dos dois? Inúmeros. As características físicas são determinadas pela interação de proteínas de vários genes ao mesmo tempo. É uma relação complexa, que tem influência de outros antecedentes. Podem vir dos avós, bisavós. Se a mãe tem quadril largo, a filha não terá obrigatoriamente a mesma figura.”

Espelho, espelho meu
Para ser sarado ou magrinho não basta ter pais saudáveis e com um belo biotipo. A genética, em casos de doenças, é preponderante, mas não definitiva, alerta João César Castro, endocrinologista e nutrólogo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O ganho de peso, apesar coefieciente hereditário, depende muito mais de fatores comportamentais, educação alimentar e prática de atividades físicas. A localização da gordura no corpo, porém, é genética.

“É sempre bom analisar a figura dos pais e tentar se blindar de atitudes erradas. Filhos de homens magros, mas com bastante gordura abdominal, devem ficar atentos a isso. A tendência é reproduzir tal estrutura. O mesmo ocorre para as mulheres.”

Fonte IG

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