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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Hipertensão Arterial Pulmonar, você sabe o que é?

Fadiga, cansaço, dor no peito são alguns dos sintomas da hipertensão arterial pulmonar (HAP), uma doença rara, caracterizada pela dificuldade da passagem de sangue por dentro do pulmão.

“Esse aumento de resistência à passagem do sangue sobrecarrega o coração e pode levar à insuficiência cardíaca”, diz o pneumologista Carlos Jardim, do Núcleo Avançado do Tórax, do Hospital Sírio Libanês. Como os sintomas são similares ao de outras doenças, muitas pessoas demoram a receber o diagnóstico precoce de HAP – fundamental para melhorar a qualidade de vida ou sobrevida de um paciente.

Os sintomas iniciais são bastante inespecíficos. A queixa mais comum, explica o pneumologista, é cansaço aos esforços habituais, ou seja, subir escadas, andar à pé ou outras atividades que o paciente realizava sem notar o esforço. “O exame que estabelece a suspeita mais precocemente é o ecocardiograma (ultrassonografia do coração). Entretanto, o diagnóstico definitivo só pode ser obtido com a realização de um cateterismo”, completa.

Existem diversos tipos de tratamento e cada um é ajustado de acordo com o mecanismo principal da doença, gravidade, fatores associados, etc. A maioria dos tratamentos é administrado por via oral. “Algumas medicações são administradas por via inalatória. No Brasil ainda não dispomos de tratamento intravenoso”.

Transplante de pulmão é alternativa, mas riscos são grandes
Um das alternativas para o tratamento da HAP é o transplante de pulmão, mas as estatísticas brasileiras não são animadoras. No Brasil já foram feitos mais de cem transplantes pulmonares, mas apenas quatro pacientes com hipertensão arterial se submeteram ao procedimento e todos morreram. O caso mais recente foi o jornalista Ale Rocha, que morreu após um transplante de pulmão no início de dezembro do ano passado. Ale ficou famoso por seu trabalho como crítico de televisão.

“É um procedimento bastante complexo. Infelizmente poucos transplantes em hipertensão pulmonar foram realizados aqui no Brasil. Mas em outros países há muitos pacientes que se beneficiam do transplante de pulmão”.

Causas incertas
Ainda não se sabe exatamente porque a doença ocorre. “Ela pode aparecer sem um fator associado evidente (forma idiopática) ou pode ocorrer em conjunto com outras doenças, como infecção pelo HIV, vírus das hepatites B e C, doeças autoimunes, esquistossomose e outras doenças menos conhecidas”, explica o pneumologista. “Alguns genes já foram identificados com o desenvolvimento da hipertensão pulmonar. Em famílias em que esses genes estão presentes, pode haver risco maior da doença se manifestar.”

Apesar de tipos diferentes de hipertensão pulmonar serem mais comuns em determinadas faixas etárias, a doença pode se manifestar em qualquer idade. Estima-se que ocorram anualmente entre um e dois casos por um milhão de brasileiros.

Estudo relaciona uso antidepressivos durante a gravidez e HAP em bebês

Em um estudo recente, divulgado no periódico British Medical Journal, pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, mostram que o uso de antidepressivos durante a gravidez pode estar relacionado com a incidência de hipertensão pulmonar no recém-nascido.

Eles acompanharam 1,6 milhão de nascimentos realizados entre 1996 e 2007 em cinco países do norte da Europa (Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia). Segundo os resultados, 11 mil mulheres que tomaram antidepressivos do tipo ISRS (Inibidores Seletivos de Recaptação da Serotonina) após a 20ª semana de gravidez deram à luz 33 crianças com hipertensão pulmonar.

Para os autores, mais estudos são necessário para confirmar os resultados, mas as mulheres grávidas com sintomas de depressão deveriam conversar com seus médicos e buscar um tratamento alternativo, não medicamentoso. “É uma boa ideia essas mulheres buscarem o tratamento mais seguro para elas e seus bebês”, finalizam.

Fonte O que eu tenho

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