Pai e filho: risco de doença cardíaca seria passado pelo cromossomo Y |
Cientistas querem agora descobrir qual o papel deste cromossomo que define o sexo masculino no processo de inflamação dos vasos
O risco aumentado para doença arterial coronariana pode ser transmitido geneticamente de pai para filho no cromossomo Y masculino, propõe um novo estudo.
O cromossomo Y, parte do DNA presente apenas em homens, parece desempenhar um papel na herança desse problema, de acordo com pesquisadores da Universidade de Leicester, na Inglaterra.
Eles analisaram o DNA de mais de 3.000 homens biologicamente não relacionados no Reino Unido e descobriram que 90% tinham variantes do cromossomo Y pertencentes a um de dois grandes grupos – haplogrupo I e haplogrupo R1b1b2.
Homens com um cromossomo Y do haplogrupo I têm risco 50% maior de ter doença arterial coronariana do que os outros homens, e esse risco é independente dos já conhecidos fatores de risco como tabagismo, pressão alta e colesterol elevado, afirmaram os pesquisadores. Os que se encaixam nesse grupo correspondem por até 20% dos homens na Grã-Bretanha, afirmaram eles.
Os cientistas atribuíram este risco aumentado ao efeito do cromossoma Y do haplogrupo I sobre o sistema imune e sobre o processo inflamatório das artérias.
“Estamos muito entusiasmados com estes resultados, poois eles põem o cromossomo Y no mapa de suscetibilidade genética para doença arterial coronariana. Queremos aprofundar a análise do cromossomo Y humano para encontrar genes específicos e suas variantes que geram esta associação”, disse o líder do estudo Maciej Tomaszewski, professor clínico sênior no departamento de Ciências Cardiovasculares da instituição.
“A grande novidade destes resultados é que o cromossomo Y humano parece desempenhar um papel no sistema cardiovascular que vai além da determinação do sexo masculino”, acrescentou Tomaszewski. O estudo foi ao ar na edição online de ontem (8) da revista médica The Lancet.
A doença arterial coronariana é o estreitamento dos vasos sanguíneos que fornecem sangue e oxigênio para o coração. Ela pode levar a sintomas como angina e a ataques cardíacos. Ela se desenvolve em homens cerca de uma década mais cedo do que em mulheres.
Fonte iG
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