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terça-feira, 17 de julho de 2012

Movimento defende que nascimentos não sejam tratados como uma "simples cirurgia"

Para muitas grávidas, parto ideal teria o mínimo de intervenção cirúrgica

Ter um parto sem intervenções cirúrgicas ou exames invasivos. Estar acompanhada de pessoas que inspirem confiança. Ouvir palavras de carinho e apoio, para ajudar a diminuir o medo e a ansiedade. Permitir os impulsos naturais do corpo, sem o uso de anestésicos que barrem a lucidez na tão esperada hora. Para muitas grávidas, é assim que seria o parto ideal. Pela falta de informação, despreparo ou mesmo pela acelerada movimentação dos hospitais, muitas vezes é impossível que a chegada do bebê ocorra conforme o desejado.

O fato tem levado mulheres — e seus maridos, muitas vezes — a participar do movimento pelo parto humanizado. Trata-se de uma rede de pessoas, espalhadas em várias partes do Brasil e do mundo, interessadas em compartilhar histórias e informações sobre o parto natural. Em geral, mães que passaram pela experiência, doulas (saiba mais sobre elas na página central), enfermeiras ou médicos obstetras que acreditam que a hora da chegada do bebê pode ser tratada como algo mais especial, não apenas como mais uma cirurgia.

Apoiadores da ideia realizaram marchas em defesa da prática em cidades brasileiras no mês passado, inclusive em Porto Alegre, após o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro solicitar a punição do médico Jorge Kuhn, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que defendeu a possibilidade de nascimentos em ambientes extra-hospitalares. A Marcha do Parto em Casa levou dezenas de mulheres, muitas delas grávidas, ao Parque Farroupilha em 17 de junho. Ao total, foram cerca de 5 mil pessoas em mais de 30 cidades marchando pelo direito à escolha e à liberdade na hora do nascimento.

Baseado em um tripé conceitual que envolve o protagonismo da mulher, uma visão integrada e interdisciplinar do parto e a medicina baseada em evidências, o parto humanizado é uma opção para quem prefere uma experiência sem intervenções cirúrgicas. Diferentemente do que se pensa, porém, não significa que o parto deva ocorrer em casa, ou sem anestesia. Significa que as rotinas hospitalares de atendimento, como o uso de lavagens intestinais, raspagem de pelos pubianos, afastamento da família, uso de soro com hormônios e as episiotomias (corte no períneo para alargar a saída do bebê) só serão feitas de acordo com a vontade da mulher ou com a real necessidade, não apenas por procedimento padrão.

Outra questão apontada é a liberdade para ter o filho na posição mais fisiológica — de cócoras — e a presença de atendentes de parto que valorizem os aspectos emocionais, psicológicos e sociais do momento.

Cesáreas demais
Seja por vontade própria ou do médico, o fato é que o número de cesárias está aumentando a cada ano. No Estado, foram 55.754 casos de parto vaginal, em 2010, contra 77.280 partos de cesarianas, de acordo com dados do Núcleo de Informações em Saúde do Rio Grande do Sul (NIS/SES-RS).

Representante da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia (Sogirs), José Geraldo Ramos, também professor de obstetrícia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), confirma que o aumento do número de cesárias é uma tendência crescente há duas décadas. Por causa disso, inclusive, há um esforço por parte do Ministério da Saúde para estimular o parto natural.

A taxa de cesáreas, segundo Ramos, é excessiva, principalmente nos hospitais privados, onde os números chegam a 90%.

Fonte Zero Hora

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