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terça-feira, 17 de julho de 2012

No hospital ou em casa, mulheres querem evitar frieza e medicamentos

Contato com profissionais da saúde e com mulheres que viveram a experiência ajuda a vencer o medo

Em 2009, a top model gaúcha Gisele Bündchen deu à luz o primeiro filho, Benjamin, em casa, na banheira. Para a preparação, Gisele fez ioga e meditação, e, na hora do nascimento, contou com a presença da mãe, do marido e da doula. A modelo tornou-se divulgadora do parto natural e domiciliar, passando inclusive a abordar o assunto em seu blog.

Entretanto, a retomada do parto em casa — que, antigamente, era muito comum — tem sofrido ataques da classe médica, que desaconselha o procedimento devido aos seus riscos.

— Parou-se de fazer parto em casa porque se morria muito até a década de 1960. Hoje, com as condições que os hospitais têm, não é preciso se arriscar. Quem faz plantão sabe que as complicações com a mãe são muito rápidas. Em casa, fica difícil controlar — diz o obstetra José Geraldo Ramos, representante da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia (Sogirs).

Em contraponto, uma série de medidas têm sido adotadas por hospitais para contemplar o desejo de mães de ter o parto da forma mais natural possível. Na Capital, a maternidade do Hospital de Clínicas, onde Ramos atende, é uma das referências no tema. Ele explica que, entre os métodos para diminuição da dor, estão alguns não farmacológicos, como o estímulo à respiração, a movimentação durante trabalho de parto e as duchas de água morna. O uso de anestesia, recomendado em alguns casos, nem sempre está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

Outra referência para o movimento do parto humanizado no Sul, o médico Ricardo Herbert Jones, que atende no Hospital Divina Providência, entende que os partos em casa são comprovadamente tão seguros quanto partos hospitalares, desde que sejam cumpridas precauções importantes. Ele explica que a humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem a desvalorização da tecnologia. Para ele, humanizar o nascimento significa respeitar a fisiologia feminina. Opinião compartilhada pela psicóloga, acupunturista e doula Érica de Paula, coautora do documentário O Renascimento do Parto, previsto para estrear neste ano:

— O resgate que buscamos não é de um parto como antigamente (quando não existiam recursos para lidar com emergências, pré-natal, assistência digna etc.), mas sim de poder juntar o melhor dos dois mundos: uma maior confiança no processo natural e na fisiologia do parto normal e todo o conhecimento e tecnologia disponíveis atualmente.

Acesso à informação é essencial
Foi no hospital Sofia Feldman, em Belo Horizonte, que a enfermeira Lúcia Pfitscher trouxe ao mundo Dara, filha da mineira Juliana Amorim. Durante a gestação, o contato com outras mães e a prática de meditação podem ajudar a preparar o corpo e a mente para o parto humanizado. Foi o que aconteceu com Juliana, que optou pelo parto natural em decorrência das informações que recebeu sobre o tema durante as práticas de ioga para gestantes. Segundo ela, o contato com profissionais da saúde e com mulheres que viveram a experiência ajuda a vencer o medo.

— Acredito que o único motivo pelo qual a maioria não escolhe um parto humanizado seja a falta de informações sobre o tema. Os mitos que se escutam durante uma gestação a respeito do parto normal são extremamente traumáticos e maliciosos — afirma Juliana.

Atualmente trabalhando na maternidade do Hospital de Clínicas, em Porto Alegre, a enfermeira Lúcia diz que o hospital está em processo de humanização desde 2005. Elementos como o uso de bola suíça, ducha de aspersão, barras de apoio, dieta específica, acolhimento com classificação de risco e permissão do acompanhante de livre escolha são marcas que fazem do hospital um local de referência no Estado.

Onde buscar informações sobre parto humanizado (em casa ou no hospital):

:: Grupo Nascer Sorrindo — encontros mensais e gratuitos (51) 9123-6136 — Doula Zezé gapp-gruponascersorrindo.blogspot.com.br

:: Grupo de Apoio à Maternidade Ativa (Gama) — www.maternidadeativa.com.br


:: ONG Bem Nascer — www.bemnascer.org.br

:: Parto com Prazer — www.partocomprazer.com.br

:: Parto do Princípio — www.partodoprincipio.com.br


Fonte Zero Hora

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