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quarta-feira, 4 de julho de 2012

Nova técnica de cultivo permite isolar células cancerosas propensas a metástase

Cultura de células em gel macio pode abrir portas para a compreensão e o tratamento dos tumores que se espalham pelo corpo

Cientistas da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo método para isolar e cultivar células cancerosas mais propensas a se espalharem pelo corpo. O trabalho, publicado na revista Nature Materials, vai melhorar o entendimento sobre como o câncer se espalha e como combatê-lo.

"Isso pode abrir portas para a compreensão e o bloqueio da colonização metastática, o passo mais devastador na progressão do câncer", afirma o coautor da pesquisa Ning Wang.

As células cancerosas mais perigosas são aquelas que podem se soltar do tumor primário e viajar através do corpo para formar um novo tumor em outro tecido, processo chamado de metástase. Apenas uma pequena percentagem de células cancerosas tem a capacidade de se tornar novos tumores. No entanto, essas células são as mais difíceis de serem combatidas com quimioterapia.

A identificação e o isolamento de células metastáticas de uma população de células cancerosas em geral é muito difícil. Para estudar essas células que podem estar envolvidas na recorrência da doença após a cirurgia ou tratamento, os pesquisadores desenvolveram uma nova técnica.

Trabalhos anteriores mostraram que células metastáticas podem apresentar características de células-tronco. Alguns estudos descobriram células cancerosas com marcadores de células-tronco, outras células do câncer mostraram comportamento semelhante a células-tronco e outras sugeriram que elas podem espontaneamente mudar de uma célula cancerosa primária para uma célula-tronco do câncer e vice versa.

Em laboratório, as células-tronco crescem melhor em um gel macio do que sobre uma placa rígida. Os pesquisadores decidiram, então, testar se este princípio se aplicaria também a células metastáticas do câncer, uma vez que elas partilham alguns comportamentos de células-tronco.

Assim, eles cultivaram células individuais de melanoma de rato, um tipo de câncer da pele, em gel macio à base de fibrina, uma proteína semelhante à fibra encontrada em todo o corpo.

Eles cultivaram as células em colônias e comparou-as com aquelas cultivadas em uma superfície rígida plana, o método tradicional utilizado por pesquisadores de câncer.

Após cinco dias, o gel macio estava cheio de esferas de células moles, muito mais colônias do que aquelas que cresceram na superfície rígida. Além disso, as células foram mais maleáveis e cresceram em aglomerados esféricos, incomum para a maioria das células cancerosas, mas característico para as células-tronco.

"Começando com células individuais, após cinco dias, temos mais células no substrato macio. Este é exatamente o oposto da maioria das células cancerosas, que preferem um substrato mais rígido. Mas estas células gostam de crescer no ambiente e macio porque elas se transformam em tumores", observa Wang.

Os pesquisadores descobriram que as células cultivadas em fibrina eram muito mais eficientes em causar tumores em camundongos que as células preparadas tradicionalmente. Na verdade, injetando apenas 10 células cultivadas em gel macio foi suficiente para induzir tumores em uma grande porcentagem de ratos, enquanto que 10 mil células de uma cultura tradicional são necessárias para alcançar resultados com a mesma incidência de câncer.

Isto sugere que, enquanto uma cultura tradicional de células tem apenas algumas capazes de criar novos tumores, o método de substrato macio é capaz de isolar estas células e promover o crescimento e a multiplicação destas células em cultura.

Os investigadores então testaram o substrato de fibrina com outras linhas de células cancerosas e descobriram que elas também formaram colônias de células metastáticas com comportamento semelhantes a células-tronco, mostrando que o processo é generalizável para muitos tipos de câncer.

As células cultivadas no mesmo gel macio causaram tumores em camundongos normais, chamado de "tipo selvagem", ao invés de apenas em ratos imunocomprometidos normalmente necessários para tais estudos.

Agora, os pesquisadores vão continuar a explorar os mecanismos moleculares que permitem que essas células sobrevivam tão bem em órgãos distantes dos tumores primários. Eles esperam que o conhecimento contribua para tratamentos para parar a propagação do câncer.

Fonte isaude.net

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