Após quatro anos repetindo o hábito, as chances do problema aumentam em 70%
O uso constante do celular durante o período de quatro anos parece estar associado com o aumento na chance de desenvolver zumbido continuo no ouvido, segundo um pequeno estudo feito na Universidade de Viena, na Áustria, publicado no Occupational and Environmental Medicine.
Os pesquisadores compararam 100 pacientes que sofriam com zumbido crônico com 100 pessoas sem essa complicação, dividindo-os em grupos de acordo com o sexo e idade. Praticamente todos os pacientes usavam celulares, mas apenas 84 estavam usando o telefone quando os primeiros sintomas apareceram.
Os resultados mostraram que aqueles que usam o celular 10 minutos por dia e fizeram isso por no mínimo quatro anos têm 70% mais chances de desenvolver zumbido no ouvido do que os pacientes que não usavam tanto o aparelho ou que ainda não tem um celular há tanto tempo.
Eles sugerem que a possível explicação para essa ligação entre o celular e o zumbido seja o afunilamento de toda a energia gerada pelo telefone no canal auditivo, e que os ossos do ouvido acabam absorvendo todo esse impacto. Para chegar aos resultados, os pesquisadores aplicaram um questionário aos participantes que incluíam perguntas sobre o tipo de telefone que mais usavam, a duração média das ligações, a quantidade de tempo gasto diariamente no celular, qual ouvido que mais usavam durante a conversa e o local onde moravam, já que o sinal dos aparelhos móveis fica mais forte em áreas rurais.
Os cientistas dizem que a maioria das pessoas usa o celular mais do que o necessário, e que se estendem muito na duração das ligações e por isso acabam tendo problemas. O número de pacientes diagnosticados com esse distúrbio também está crescendo, chegando a 15% da população mundial.
Como identificar o zumbido?
Ele é mais comum do que se imagina. O som produzido dentro da via auditiva acomete cerca de 28 milhões de brasileiros. O chamado zumbido, no entanto, costuma ser deixado de escanteio pelas pessoas quando, muitas vezes, é sinal de alerta para anormalidades no ouvido.
O sintoma aparece como uma forma de compensação a alguma agressão que o ouvido possa ter sofrido. A fim de tentar compensar uma possível perda, outras partes da via auditava começam a trabalhar de forma mais acelerada. O resultado é que elas disparam mais impulsos elétricos para o cérebro, que interpreta tais impulsos como sons.
Vale lembrar, porém, que qualquer tipo de zumbido deve ser encarado como alerta, já que demonstra algum tipo de irregularidade com o corpo. De acordo com o Grupo de Apoio a Pessoa com Zumbido (GAPZ), cerca de 10% dos pacientes que buscam ajuda não apresentam nenhuma perda auditiva. Mas, nem sempre isso significa que a via auditiva esteja perfeita. As lesões no ouvido podem ser pequenas demais, a ponto de não aparecerem no exame.
Fonte Minha Vida
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