Quando a luz incomoda e prejudica a visão é preciso ficar atento
•Sem óculos escuros, parece que minha visão leva um choque...
•Sem usar os óculos de sol, no fim do dia, certamente estarei com dor de cabeça...
•Sem óculos de sol, mesmo nos dias nublados, não consigo sair de casa...
As queixas descritas acima são comuns em pessoas que sofrem com a fotofobia. A definição de fotofobia é dificuldade na presença de luz. A retina é formada por células fotossensíveis. Se existe algum problema, os olhos passam a recusar o excesso de informação no caso, luz , gerando o desconforto.
A fotofobia é geralmente um sinal de processos inflamatórios no globo ocular, sejam eles intra ou extra-oculares. Em doenças congênitas, a reação adversa à luz é o principal sintoma apresentado pela criança quando há alguma coisa errada com seus olhos. Muitos pacientes chegam ao consultório com queixa de baixa tolerância à luz. Mas, depois de uma análise mais detalhada, descobre-se que a pessoa tem algum tipo de doença ocular. A fotofobia dificilmente ocorre num olho normal. O que não quer dizer que não aconteça. Há casos em que olhos saudáveis apresentam dificuldade em lidar com a claridade.
Tratamento
Apenas após o exame oftalmológico é possível definir a alternativa terapêutica para quem reclama da claridade excessiva. Se o oftalmologista não diagnosticar nenhuma doença, a pessoa tem duas saídas para a fotofobia: aprender a lidar com ela, se o grau for minimamente suportável ou encontrar maneiras de regular a quantidade de luz que entra nos olhos, seja controlando a intensidade de luzes artificiais, seja usando óculos escuros em ambientes externos, que é a estratégia mais adotada por quem sofre desse mal.
É importante o uso de lentes de boa qualidade, tanto em relação à matéria-prima quanto à confecção.
O uso de lentes que não tenham proteção contra raios ultravioleta pode ser extremamente prejudicial, pois como os óculos são escuros, a pupila está mais dilatada.
Mas se não existe proteção contra raios UV, a quantidade de radiação que entra é maior. Essa luz invisível pode fazer com que pessoas mais sensíveis tenham predisposição maior a catarata e processos degenerativos da retina.
Além da proteção contra a radiação ultravioleta, as lentes ideais devem ter uma superfície bem surfaçada, com curvas de boa qualidade. As lentes não podem ser onduladas porque podem provocar astigmatismo.
Quando há complicações
Quando a fotofobia é sintoma de outra doença, o tratamento do "incômodo" se altera. A causa mais frequente de fotofobia por alteração ocular é o astigmatismo, que se caracteriza quando a córnea, que normalmente é redonda, se torna ovalada.
Desse modo, as imagens captadas pelos olhos são projetadas não na retina, mas ora um pouco à frente dela, ora atrás, ora até em dois planos anteriores ou posteriores a ela.
A consequência é que quem sofre de astigmatismo, além de ver tudo distorcido, ainda apresenta maior sensibilidade à luz.
O astigmatismo pode ser corrigido com óculos, lente de contato ou cirurgia, mas mesmo assim, um certo grau de fotofobia pode persistir.
A fotofobia também pode resultar por cicatrizes na córnea e por doenças inflamatórias oculares relacionadas ao reumatismo; toxoplasmose, herpes e outras doenças infecciosas; doenças neurológicas, psicológicas e psiquiátricas; alergia crônica nos olhos e até cânceres oculares.
Pacientes com cicatrizes na córnea precisam avaliar a possibilidade de um transplante. Bebês que nascem com fotofobia podem ter glaucoma congênito ou conjuntivite, doenças que requerem tratamento imediato.
Outro grupo vulnerável é o de mulheres na menopausa, com mais de 50 anos, que freqüentemente, apresentam diminuição no volume de lágrimas, com isto, suas pálpebras grudam, provocando micro lesões na córnea com dores nos olhos e também fotofobia.
Virgilio Centurion é oftalmologista e diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.
Fonte Minha Vida
Nenhum comentário:
Postar um comentário