Mulheres que se submeteram à cirurgia para redução de estômago têm mais riscos de ter filhos prematuros. O resultado é de um levantamento da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em em parceria com a Universidade Católica de Santos.
A pesquisa também indicou que essas mulheres têm baixa adesão ao aleitamento materno, além de maior número de partos por cesáreas.
O estudo analisou 35 mulheres com idades entre 24 e 39 anos. No grupo, 88,6% fizeram o parto por cesárea.
Entre os bebês, 50% nasceram com peso considerado abaixo do adequado e 14% tiveram complicações após o parto, como problemas respiratórios, infecções e até a necessidade de reanimação na sala de parto.
No grupo estudado, 28,57% engravidaram menos de um ano após a cirurgia.
África Isabel de la Cruz Perez, pesquisadora e nutricionista da Divisão de Doenças Não Transmissíveis do Centro de Vigilância Epidemiológica da secretaria, diz que tanto a mãe como o bebê podem sair comprometidos.
"Os resultados sugerem a necessidade de maior acompanhamento e intervenção nutricional no período pré-natal em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica", afirma África.
Ela reforça a necessidade de acompanhamento cuidadoso com essas pacientes, devido às diversas deficiências nutricionais que elas podem sofrer após a cirurgia, como deficit de proteínas, eletrólitos, cálcio e vitaminas A, D, K e B12.
A nutricionista recomenda ainda que a gestação só aconteça após 18 meses da cirurgia bariátrica.
"Sérios problemas podem acometer os neonatos quando a suplementação na gestação é inadequada, tais como retardo do crescimento fetal, desequilíbrio de eletrolíticos, hemorragias cerebrais, lesão da retina permanente, anemia e morte fetal", ressalta.
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