EUA aprovam segundo medicamento contra o excesso de peso e especialistas brasileiros comemoram
O FDA (Food and Drug Administration), agência que regula o comércio de medicamentos e alimentos nos Estados Unidos, aprovou um novo medicamento contra a obesidade, o Qsymia (inicialmente chamado de Qnexa), do laboratório Vivus. A medicação é uma combinação de duas drogas já utilizadas mundialmente, a pentermina e o topiramato.
Esta é a segunda droga que chega ao mercado norte-americano no intervalo de 40 dias, após a agência ficar 13 anos sem autorizar a entrada no mercado de nenhuma droga contra o excesso de peso.
O Qsymia é indicado para adultos com um índice de massa corporal (IMC) de 30 ou acima, ou ainda para aqueles com IMC de 27 (sobrepeso) com a presença de comorbidades, como hipertensão, diabetes ou colesterol alto.
Testes realizados com 3.700 pacientes mostraram que aqueles que consumiram o medicamento perderam até 8,9% do seu peso em comparação com os que tomaram placebo.
"A obesidade ameaça o bem-estar dos pacientes em geral e é um importante problema de saúde pública", disse Janet Woodcock, diretora do Centro do FDA para a avaliação da droga e Pesquisa, no comunicado oficial da agência.
No Brasil, os especialistas receberam a notícia com entusiasmo. “Os Estados Unidos ficaram 13 anos sem aprovar droga nenhuma contra a obesidade e no espaço de quase um mês aprovaram duas. Parece que a postura está mudando. É ótimo porque a população está aumentando de peso e estamos sem muitas opções terapêuticas”, afirma Rosana Radominski, presidente da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).
“Sempre houve a alegação de que não existiam estudos sobre a fentermina. Hoje a droga foi estudada, demonstrou ter um bom perfil de segurança. Não teria por quê não ser aprovada”, afirma o endocrinologista Bruno Halpern, da Liga de Diabetes do Hospital das Clínicas e também da Abeso.
O uso da pentermina é proibido no Brasil desde 1998. O topiramato, no entanto, é largamente utilizado contra enxaquecas e epilepsia. A nova droga tem ação no sistema nervoso central, mas, ao reunir os dois princípios ativos, ganha sinergia, segundo os médicos.
“A combinação de um estimulante (a fentermina) com um estabilizador de humor com efeito sedativo (o topiramato) permite um equilíbrio. Assim é possível usar uma dose baixa dos dois remédios, sem tantos efeitos”, diz Bruno.
“Um diminui o efeito colateral do outro”, complementa Rosana.
O FDA ressalva que o uso do medicamento é contraindicado para grávidas, pois aumenta as chances do bebê nascer com lábio leporino (uma fissura entre a boca e o nariz). Pessoas com histórico de problemas cardíacos também não devem tomá-lo, pois há um ligeiro aumento na pressão arterial, assim como quem tem glaucoma ou hipertiroidismo.
De acordo com os especialistas, também aumentam as chances de ter insônia e irritabilidade, além de formigamento das mãos e pés, tonturas, sensação de alteração do paladar, constipação e boca seca.
Fonte iG
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