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sexta-feira, 20 de julho de 2012

Capacete ajuda a tratar deformidade na cabeça de bebês que sofrem de plagiocefalia posicional

Problema atinge 12% dos bebês e até pouco tempo não existia tratamento no Brasil

Ao mostrar a foto do filho Felipe, de 6 meses, a coordenadora jurídica Mayra Margionti Benatti, de 32 anos, foi surpreendida com o comentário da amiga: "Também preciso comprar um capacete desses para a minha neta."

Ela teve de explicar que o objeto não é para proteção contra quedas, mas uma órtese para corrigir a plagiocefalia posicional, que atinge 12% dos bebês, segundo estudos americanos, e que até pouco tempo não tinha tratamento no Brasil.

Felipe é uma das 350 crianças acompanhadas na primeira clínica especializada em assimetrias cranianas da América Latina, aberta em São Paulo.

A plagiocefalia posicional é uma deformidade na cabeça do bebê. Ele pode nascer assim, por conta da posição em que ficou no útero — e há maior chance de melhora espontânea. Ou desenvolve a assimetria nos primeiros meses.

Gerd Schreen, sócio fundador da Clínica Cranial Care, explica:

— Isso ocorre por um apoio viciado, o bebê apoia mais um lado do que o outro. O osso 'entende' que não pode crescer ali e se desenvolve para o lado oposto.

A preferência por um dos lados pode ser provocada por torcicolo congênito, quando a criança já nasce com uma contratura do músculo do pescoço, que não permite que ela vire a cabeça para os dois lados completamente. Foi o que aconteceu com Felipe. A mãe do garoto afirma:

— Eu percebia que ele tinha preferência por um lado, mas, até por falta de informação, deixava que ele ficasse na posição mais confortável.

Quando o marido chamou a atenção para a "cabecinha torta", Mayra reclamou. Mas a pediatra confirmou a plagiocefalia. Além da questão estética, havia o risco de desenvolver visão dupla, por causa do desalinhamento da órbita, dificuldade para fechar a mandíbula e até desalinhamento da coluna. As crianças não têm dificuldades em usar o capacete — às vezes, são os pais que precisam se acostumar.

— Tem gente que faz cara feia, como se fosse excesso de proteção nossa.

Afirma o jornalista Rodrigo Dias Vieira, de 36 anos, pai de Gabriel, de 11 meses.

Anos 90
Os casos de plagiocefalia posicional se tornaram mais comuns quando a Academia Americana de Pediatria recomendou, nos anos 1990, que os bebês fossem colocados no berço de barriga para cima para reduzir o risco de morte súbita.

— A recomendação é válida, mas os pais devem colocar o filho de bruços quando ele estiver acordado e sob supervisão.

Além de ficar deitada no berço, há crianças que passam muito tempo também em cadeirinhas.

— Há um certo abuso desses dispositivos. Uma alternativa são os cangurus ou slings, em que a mãe carrega o bebê.

Fonte R7

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