Pesquisa da UNB define a demência como doença social, e busca entender a rotina e as dificuldades dos cuidadores dos pacientes
Pesquisa desenvolvida na Universidade de Brasília (UNB) aponta que o atendimento humanizado a pacientes com distúrbios, como falha de memória, confusão mental, mudanças de humor ou algum outro sinal de demência, pode reduzir a necessidade de administração de medicamentos.
De acordo com a investigação da pesquisadora farmacêutica Aline Folle, pacientes sob cuidados apropriados ainda podem atenuar males como depressão, mudanças de humor, ansiedade e paranóia. Ela também indica que o caso mais comum é o de Alzheimer, mal correspondente a 70% dos diagnósticos de demência no mundo, e muito comum na terceira idade. " A demência em idosos era vista como simples problemas de memória naturais ao processo de envelhecimento" , conta.
Para o diretor do Centro de Medicina do Idoso do Hospital Universitário de Brasília (HUUNB), Marco Polo Dias, o trabalho de Aline, ao procurar entender e se aprofundar na rotina dos cuidadores familiares, " auxilia na identificação das lacunas de conhecimento deles" . Ele diz ainda que, ao conhecer melhor a doença, entende-se o processo como ela acontece, "sendo possível cuidar do idoso de forma mais adequada. Esse estudo aponta para o fato de que pacientes com demência que recebem cuidados apropriados necessitam menos de remédios para atenuação de comportamento" , explica.
No trabalho, foram entrevistados 26 familiares cuidadores de pessoas com demência. As conversas foram gravadas e submetidas a um programa de computador. O resultado dessa análise aponta para os temas e problemas mais recorrentes em dois eixos principais: a rotina de cuidados e as repercussões emocionais. " Fica mais fácil identificar quais são as necessidades dos cuidadores. O sofrimento dos familiares em uma doença social é inevitável, mas pode ser administrado da melhor forma possível" , diz Aline.
Fonte isaude.net
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