Em São Paulo, 15% da população tem insônia crônica, um dos índices mais elevados do mundo
Se antes a principal queixa dos insones era a demora para adormecer, hoje a reclamação mais frequente é a de não conseguir manter o sono durante a noite toda. A mudança do perfil da insônia aparece em um estudo concluído no ano passado e divulgado agora por pesquisadores da Escola de Medicina de Harvard, nos EUA.
Especialistas em sono reconhecem que, apesar de não haver uma pesquisa semelhante com a população de São Paulo, a percepção nos consultórios é a de que esse fenômeno se repete por aqui.
A pesquisa americana, baseada em entrevistas com 6.791 adultos que apresentavam sintomas de insônia, concluiu que 61% dos participantes tinham dificuldades em manter o sono.
A segunda queixa mais comum foi a de despertar precocemente pela manhã, o que foi reportado por 52,2% dos voluntários. A dificuldade de pegar no sono atingiu apenas 37,7% dessa população.
A reclamação menos comum foi a de sono não reparador, problema que atingiu 25,2% dos insones. Eles podiam assinalar mais de um problema ligado ao sono.
O dentista Fausto Ito, da Associação Brasileira do Sono, aponta a "rotina frenética das grandes cidades e a preocupação com a violência" como alguns dos motivos para o sono agitado e fragmentado que vem sendo observado na população.
Em São Paulo, 15% da população tem insônia crônica, um dos índices mais elevados do mundo, segundo a neurologista Dalva Poyares, professora do Departamento de Psicobiologia do Instituto do Sono.
Contando as pessoas que apresentam sintomas de insônia, mas não necessariamente têm esse diagnóstico, a porcentagem sobe para 45%. Os dados são de um levantamento realizado pelo Instituto do Sono em 2007. Entre as consequências da insônia crônica estão dificuldades de concentração e memória, fadiga, obesidade e maior incidência de doenças psiquiátricas. A neurologista ressalta:
— A insônia não é um problema só da noite, mas das 24 horas. Ela traz reflexos ao longo do dia.
Fonte R7
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