Estudo ainda levanta hipótese de que disfunção sexual persistente causada pelo medicamento seja permanente
Ingrediente finasterida encontrado no medicamento contra calvície Propecia pode causar disfunção sexual persistente, incluindo baixo desejo sexual, disfunção erétil e problemas com orgasmos. A afirmação é do pesquisador Michael Irwig da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, que publicou estudo sobre o tema no Journal of Sexual Medicine e levanta a hipótese de os efeitos colaterais serem permanentes. A droga fabricada pela Merck foi aprovado pela FDA em 1997.
"No momento, a rotulagem da medicação nos Estados Unidos adverte sobre possíveis efeitos colaterais sexuais reversíveis, mas não há nenhuma referência aos efeitos persistentes", diz Irwig. No entanto, outros países, incluindo Reino Unido e Suécia, exigem que empresas médicas incluam a advertência de "risco persistente" no rótulo.
O pesquisador da Universidade de Washington tomou conhecimento sobre os problemas causados pela finasterida há alguns anos, quando encontrou na internet relatos de homens que diziam ter desenvolvido disfunção sexual com uso da medicação. Irwig então reparou que os homens relatavam a disfunção sexual durante meses, mesmo após interromper o uso da medicação.
"Me deparei com o site chamado propeciahelp.com com mais de 1.400 usuários registrados - muitos jovens saudáveis que desenvolveram os mesmos efeitos colaterais sexuais relacionados à finasterida - e descobri que ninguém ainda havia publicado uma pesquisa olhando para estes homens - como: quem são eles, por quanto tempo os efeitos colaterais duraram, quais foram os efeitos colaterais."
O estudo de Irwig inclui resultados de entrevistas com 71 homens com idades entre 21 a 46 anos para avaliar quanto tempo eles tomaram finasterida, o tipo e duração dos efeitos colaterais sexuais e a frequência sexual antes e depois da medicação.
O pesquisador descobriu que 94% dos entrevistados desenvolveram baixo libido, 92% disfunção erétil e diminuição da excitação, e 69% de problemas relacionados ao orgasmo.
Em média, os entrevistados usaram finasterida por aproximadamente 28 meses, mas experimentaram efeitos colaterais persistentes por um período médio de 40 meses, a partir do momento em que deixaram de tomar a medicação.
O estudo também evidencia que o número médio de episódios sexuais por mês caiu após o uso de finasterida. "Antes de usar finasterida, os homens experimentaram atividade sexual média de 26 episódios por mês, mas após o uso, este número caiu para cerca de oito por mês - redução de quase dois terços."
"Vinte por cento dos pacientes que entrevistei experimentaram disfunção sexual persistente por mais de cinco anos, o que me faz pensar se a disfunção sexual persistente é, na verdade, permanente", acrescenta.
Irwig observa ser crucial que durante o tratamento da calvície masculina médicos discutam com seus pacientes a possibilidade de efeitos colaterais sexuais persistentes, para que a decisão de tomar os medicamentos seja consciente.
Em comunicado, a Merck observou que nenhuma evidência prova uma relação causal entre Propecia e disfunção sexual de longa duração.
Acesse aqui o Abstract do estudo.
Fonte isaude.net
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