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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Restrição calórica não prolonga expectativa de vida, mas melhora saúde

Restrição calórica é a prática de limitar a ingestão de calorias diárias entre 10% e 40% com a esperança de melhorar a saúde e retardar o envelhecimento, tese que estudos em roedores sugere ser correta

Uma dieta com restrições calóricas não aumenta a expectativa de vida, mas melhora a saúde, segundo estudo feito com macacos e publicado nesta quarta-feira, 29, na revista "Nature".

A restrição calórica é a prática de limitar a ingestão de calorias diárias entre 10% e 40% com a esperança de melhorar a saúde e retardar o envelhecimento, uma tese que estudos anteriores com roedores provaram ser correta.

A pesquisa publicada hoje, iniciada há 23 anos por um grupo de cientistas do National Institute on Aging de Baltimore (EUA), mostra que este tipo de dieta não tem a capacidade de prolongar a expectativa de vida em macacos, mas reconhece seus efeitos positivos sobre a saúde destes animais.

Os cientistas, liderados pelo biólogo espanhol Rafael de Cabo, reduziram em 30% a ingestão de calorias de macacos Rhesus (Macaca mulatta) e avaliaram os efeitos desta dieta em exemplares de diversas idades e sexo.

O estudo concluiu que a expectativa de vida dos animais (média de 27 anos) não aumentou nem entre os macacos mais velhos, entre 16 e 23 anos no momento em que iniciaram a dieta, nem entre os mais jovens, menores de 14 anos quando o experimento começou.

Por outro lado, os pesquisadores detectaram que a restrição calórica trouxe benefícios ao metabolismo dos macacos.

"Observamos uma melhora geral em parâmetros associados às doenças típicas do envelhecimento, como as enfermidades metabólicas (diabetes e obesidade), cardiovasculares e o câncer", explicou à Agência Efe o biólogo.

Os macacos que comeram 30% menos de calorias apresentaram níveis mais baixos de triglicéridios, colesterol e glicose, especialmente entre os machos, assim como uma incidência "notavelmente menor" de câncer entre os primatas mais jovens.

A pesquisa, que segundo Rafael de Cabo poderia se prolongar por mais duas décadas, terá como objetivo agora investigar os efeitos metabólicos e moleculares da restrição calórica sobre o organismo destes macacos.

"A resposta é muito parecida a outras respostas de estresse, por isso poderíamos considerar a restrição calórica como um estresse metabólico, que causa ajustes globais no organismo, e que quando se mantém por um longo período de tempo provoca benefícios profundos na saúde", explicou o biólogo.

O cientista espera além disso comparar seus resultados com os obtidos pelo Wisconsin National Primatas Research Center em uma pesquisa paralela, também levada a cabo com macacos e iniciada nos anos 80, que defende a capacidade desta dieta de prolongar a vida.

Fonte Estadão

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