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terça-feira, 4 de setembro de 2012

Portugal: Encerramento do Lusocord será "atentado à saúde dos portugueses"

O deputado socialista Manuel Pizarro considerou esta terça-feira que o encerramento definitivo do Banco Público de Células do Cordão Umbilical (Lusocord) seria "um atentado contra a saúde e bem-estar dos portugueses".

O deputado do PS, ex-secretário de Estado da Saúde e responsável pela criação do banco em 2009, falava à Lusa a propósito de um comunicado emitido na segunda-feira pelo Instituto Português do Sangue e da Transplantação que aponta "Irregularidades de gestão, processuais e financeiras" no Centro de Histocompatibilidade do Norte (CHN) e anuncia a suspensão, durante 60 a 90 dias, da colheita para o banco público de células do cordão umbilical que funciona no CHN.

As irregularidades originaram um "relatório preliminar" enviado às "autoridades competentes" para que sejam "desenvolvidas as inspecções necessárias ao completo esclarecimento das situações e apuramento de eventuais responsabilidades", acrescenta o comunicado.

Manuel Pizarro defende que "as condições de funcionamento, nomeadamente as condições de gestão administrativa e financeira desta instituição, devem ser avaliadas".

"Isso deve ser acautelado e parece-me, desse ponto de vista, que se trata apenas de uma suspensão provisória das colheitas. Acompanharei atentamente a questão para me assegurar de que por trás desta suspensão provisória não esteja o retomar de uma intenção do Governo de encerrar o banco público", afirmou.

"O que eu não gostava que acontecesse era o Estado ter andado meses a limitar as condições técnicas e financeiras do funcionamento do banco para agora culpar o banco pelas falhas que resultam dessas limitações que lhe foram impostas", sublinhou Manuel Pizarro.

Em seu entender, o que está em causa é que "os mesmos que dificultaram ao máximo o funcionamento do banco vêm agora criticar as dificuldades, mesmo de natureza administrativa que o banco teve. Pois, se o banco não tinha pessoal administrativo, se não tinha técnicos superiores para a área dos concursos, não se podia esperar que todos esses procedimentos administrativos e concursais tenham sido feitos de acordo com o cumprimento de todas as regras. A alternativa era de que o banco tivesse sido encerrado e, se calhar, era isso que o Governo pretendia".

O deputado, que recentemente visitou as instalações do Lusocord, referiu que os dados dos bancos internacionais apontam para uma taxa de criopreservação entre os 30 e os 40 por cento.

Durante os seus três anos de funcionamento no Porto, o Lusocord recebeu mais de 28.500 doações de sangue do cordão umbilical e procedeu à criopreservação de mais de oito mil. Resultados que o socialista considera "extremamente favoráveis" e que se assemelham aos dos "melhores bancos do mundo".

Manuel Pizarro defendeu ainda que "o banco público de células do cordão umbilical é absolutamente essencial para o país" e "completamente indispensável", lembrando que "há um conjunto de tratamentos de doenças muito graves, potencialmente mortais, que dependem da disponibilidade de células do cordão umbilical para a transplantação".

"O banco de células está a ser privado de uma possível receita resultante da sua actividade, porque não tem o financiamento inicial que é necessário para que tudo esteja a funcionar em condições", disse.

No orçamento de 2011, da responsabilidade do anterior Governo, estava prevista uma dotação orçamental de dois milhões de euros, dos quais "só foram atribuídos 500 mil euros", disse.

Fonte Correio da Manhã

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