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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Como o temperamento infantil pode prever transtornos ansiosos

O modo com as crianças interpretam certas situações é influenciado pelos pais. E filhos de pais com temperamentos negativos são mais propensos a desenvolver transtornos ansiosos no futuro.
 
É isso o que afirma uma pesquisa feita por Andres Viana, pesquisador da Universidade do Mississipi, nos EUA e publicado no periódico Journal of Clinical Psychology. De acordo com estudos anteriores, 32% das crianças e adolescentes com menos de 18 anos terão algum tipo de transtorno ansioso. Desses, muitos podem levar esse tipo de transtorno para a idade adulta.
 
Os transtornos ansiosos são um grupo de problemas que abrange a ansiedade generalizada, fobia social, transtorno do pânico e estresse pós-traumático, entre outros.
 
A equipe de Viana observou como os traços de personalidade como a introspeção tem relações com maior nível de alerta quando há uma situação nova a ser enfrentada. Nessa equação também entram o modo como os pais apresentam ou ajudam a criança a assimilar essas novas situações.
 
Crianças mais introspectivas e cujos pais são mais negativos têm maior tendência, de acordo com a pesquisa, a desenvolverem os transtornos ansiosos.
 
“A tendência dessas crianças é interpretar situações novas como uma ameaça em potencial. Saber como os pais as ajudam a enxergar um problema – no caso um problema para os introspectivos – é um bom indicativo se uma crianças está na faixa de risco para transtornos ansiosos”, diz o pesquisador.
 
“Um exemplo claro disso é quando um amiguinho da escola, por exemplo, passa por uma criança introspectiva e que aprendeu a ser mais negativa e não dá um ‘oi’. O amigo pode simplesmente não tê-la visto, mas a interpretação da criança sobre o fato é que ele a está evitando”, completa.
 
É nessa idade escolar, diz o pesquisador, que essas crianças começam também a enfrentar problemas de ansiedade. A escola traz um grande impacto na forma como elas vivem, aponta Viana, sendo que cada dia novos problemas são apresentados e elas precisam resolver da melhor forma possível. Não conseguir resolver essas novas situações pode levar ao isolamento e pressão social.
 
“Os transtornos ansiosos impactam a vida da criança em níveis funcionais, piorando a qualidade das relações na escola, na família e em diversas situações de socialização. Quanto melhor identificarmos os riscos para o desenvolvimento desse tipo de problema, melhor vamos conseguir evitar que na idade adulta isso se torne pior”, conclui Viana.
 
Fonte O que eu tenho

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