O tratamento para infertilidade tem grande impacto emocional nas mulheres que
estão tentando engravidar mas têm algum problema. Um estudo recente tentou
identificar as causas do estresse nesse grupo de mulheres com algum problema de
infertilidade e que também afeta suas famílias.
“A infertilidade é responsável por uma série de emoções varidas, das
negativas até as positivas, e impacta diversos aspectos da vida dessas mulheres.
Esse tipo de problema está ligado ao desenvolvimento da depressão, ansiedade,
raiva, cognição comprometida e baixa na auto-estima”, explica Juan Garcia
Velasco, autor do estudo publicado no periódico Human
Reproduction e pesquisador da Universidade de Madri, na
Espanha.
De acordo com o estudo, que acompanhou mais de 440 mulheres com idade
variando entre 18 e 44 anos e fazendo tratamento por conta de problemas de
fertilidade, as preocupações e estresse começam nos primeiros dias em que os
tratamentos começam a ser feitos.
Os piores sentimentos eram superados após o início do
tratamento
Sentimentos como vergonha e que “falharam em serem mulheres” estavam entre as
afirmações mais comuns entre essas participantes da pesquisa. Muitas delas
relataram também piora nos seus relacionamentos logo após o início do tratamento
para fertilidade, outro fator de estresse bastante marcante.
Mas quando o tratamento estava em andamento, esses sentimentos se invertiam.
Aproximadamente 33% afirmaram que seus parceiros se tornaram mais próximos e 63%
diziam que eles estavam se comportando de forma especialmente positiva após
algum tempo.
Mesmo assim sentimentos de impaciência e frustração ainda eram recorrentes.
Houve aumento da ansiedade e emoções negativas associadas ao sexo e as
participantes também afirmavam se sentirem exaustas e confusas sobre o que
estava ocorrendo com elas.
Outro dado interessante é que 68% mulheres mais velhas (e, portanto, menores
chances de engravidar) mesmo sabendo que poderiam ter problemas de fertilidade,
diziam que estar surpresas com a condição.
“Esses dados apontam para a necessidade de rever protocolos relacionados com
os tratamentos para infertilidade, o que causa grande estresse físico e
emocional. O aumento de informações disponíveis aos pacientes de forma geral
pode gerar maior sentimento de satisfação e diminuir essa ansiedade e estresse”,
diz Velasco.
Maior educação para o problema
Outro problema, diz o autor, é que muitas mulheres que estão no risco de
maior infertilidade (como aquelas com mais de 35 anos ou que tiveram problemas
de saúde como a endometriose, entre outros) tentam durante muito tempo
engravidar de forma natural.
“Há um período de quase 2 anos de espera para procurar um tratamento para o
problema. Quase 58% das participantes do estudo disseram que sentiam que haviam
esperado tempo demais. Esse é outro fator que contribui com a frustração ao
início do tratamento”, diz o autor.
“Educar a população para problemas relacionados com a infertilidade é algo
importante para que os efeitos emocionais negativos associados aos tratamentos
sejam menos impactantes”, diz.
Fonte O que eu tenho
-Fonte O que eu t
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