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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Farmacêuticas devem controlar testes terceirizados, aponta relatório

Acesso das populações de baixa renda aos medicamentos tem melhorado, segundo o relatório - Divulgação
Divulgação
Acesso das populações de baixa renda aos medicamentos
tem melhorado, segundo o relatório
Empresas do ramo são pouco transparentes, segundo Índice de Acesso aos Medicamentos
 
Poucas companhias farmacêuticas mantêm medidas de controle estritas para assegurar que testes feitos por meio de empresas terceirizadas em países em desenvolvimento sejam seguros e respeitem a ética, aponta um relatório independente.
 
A maioria das farmacêuticas não forneceu evidências de que não exerce qualquer influência sobre os métodos como os testes são conduzidos pelas empresas contratadas, segundo o Índice de Acesso aos Medicamentos (IAM), relatório publicado a cada dois anos e que reúne as 20 maiores companhias do ramo.
 
A GlaxoSmithKline encabeça a lista das melhores farmacêuticas, seguida de perto pela Johnson & Johnson e pela Sanofi. A AstraZeneca foi uma das que mais decaiu desde o último relatório. A edição atual elogia os esforços de algumas empresas para reduzir os preços dos remédios e torná-los mais acessíveis às populações de baixa renda.
 
O índice aponta que aproximadamente um bilhão de pessoas em todo o mundo não podem pagar pelos medicamentos que precisam, mas reconhece que houve progresso a esse respeito, com as companhias dando descontos de até 60% em seus produtos.
 
Um dos autores, David Sampson, disse que embora os analistas tenham sido mais rígidos neste ano e o cenário econômico tenha mudado para mais difícil, "todas as companhias melhoraram quanto às iniciativas sobre o acesso aos produtos".
 
A crítica mais contundente, porém, diz respeito à transparência dessas empresas em seus testes. "Há uma tendência crescente de terceirização de testes clínicos, mas como sempre ocorre nesses processos, a relação entre as duas partes precisa ser extremamente estreita e administrada com cuidado", diz ele.
 
"Enquanto a maioria das companhias fala sobre códigos de conduta, apenas quatro delas revelou detalhes das ações disciplinares que tiveram de tomar quando houve desvios. A regulamentação em países em desenvolvimento é mais variável e qualquer coisa que coloque os pacientes em risco é uma prática inaceitável de bastante preocupante", completa.
 
O índice também examinou os produtos farmacêuticos em desenvolvimento. O foco continua em remédios contra doenças fatais como infecções respiratórias e causadoras de diarreia, aids e malária, mas doenças tropicais também ganharam mais atenção.
 
O relatório também notou programas de redução de preços de determinados medicamentos em países particularmente afetado por determinadas doenças, prática que deveria ser expandida, de acordo com os autores do documento. Um dos exemplos foram os preços variáveis do anticoncepcionais da Bayer em 11 países da África Subsaariana.
 
A GSK foi elogiada por fornecer toda sua variedade de vacinas a preços acessíveis aos países em desenvolvimento. Já a AstraZeneca caiu da 7ª para a 16ª posição devido ao fato de que "não promoveu avanços em suas políticas de acesso" desde o último relatório.
 
Fonte Estadão

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