Obesidade tem se tornado um problema muito
comum nos países desenvolvidos
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Cientistas britânicos desenvolveram uma ferramenta capaz de prever quais as
chances de um recém-nascido se tornar uma criança obesa. O estudo que teve como
resultado o método de cálculo foi publicado na quarta-feira, 28, o jornal
especializado PLOS ONE.
A fórmula, disponível em uma calculadora online, estima o risco de a criança se
tornar obesa com base em seu peso de nascimento, no índice de massa corporal
(IMC) de seus pais, no número de pessoas que viverão com ela durante a infância
e em características da mãe, como se é fumante e qual seu status
profissional.
Os pesquisadores disseram esperar que o método seja usado para identificar os
bebês sob alto risco e ajudar as famílias a tomar medidas que evitem que as
crianças ganhem peso de forma prejudicial.
A obesidade infantil é a mais frequente causa que leva à diabete tipo 2,
assim como várias doenças cardiovasculares, e está se tornando um problema comum
nos países desenvolvidos. Segundo a Associação Americana do Coração, quase 18%
dos meninos e 16% das meninas entre 2 e 19 anos nos Estados Unidos são obesos.
Na Grã-Bretanha, 17% dos meninos e 15 das meninas com idades entre 2 e 15 anos
também, de acordo com o Serviço Nacional de Saúde.
"Uma vez que a criança se torna obesa, é difícil de perder peso, então a
prevenção é a melhor estratégia e precisa começar o quanto antes", disse
Philippe Froguel, do Imperial College de Londres, que liderou o estudo.
"Infelizmente, as campanhas públicas de prevenção têm sido bastante ineficazes
entre as crianças de idade escolar. Ensinar os pais sobre os perigos da má
nutrição e do sobrepeso seria muito mais efetivo", completou.
A equipe de Froguel desenvolveu a fórmula usando dados de um estudo que
avaliou 4 mil crianças na Finlândia em 1986. Inicialmente eles estavam
pesquisando se era possível calcular o risco com base nos perfis genéticos, mas
o teste que desenvolveram não mostrou-se eficar. Em vez disso, descobriram que
as informações não genéticas disponíveis a partir do momento do nascimento eram
suficientes para fazer as previsões.
A fórumla mostrou-se bastante exata não apenas entre as crianças finlandesas,
mas também em testes realizados posteriormente na Itália e nos Estados Unidos.
"O teste leva pouco tempo, não requer exames laboratoriais e não custa nada",
concluiu Froguel.
Apesar de concluir que fatores genéticos não são úteis na previsão de riscos
de obesidade, os cientistas afirmam que um em dez casos são causados por
mutações raras que afetam significativamente a regulação do apetite. Segundo os
pesquisadores, os exames para esses tipos de mutações podem se tornar
disponíveis nos próximos anos, uma vez que os custos da tecnologia para o
sequenciamento do DNA estão caindo.
Fonte Estadão
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