As chances de uma mulher engravidar caem pela metade aos 35 anos
Muitos casais sonham com a chegada do primeiro filho. E quando isso demora a
acontecer, é comum instalar-se entre os dois quadros de ansiedade, estresse e
enorme expectativa que só pioram a situação. Em muitos casos, o problema é
psicológico, sem contar que o estresse, a obesidade, alimentação e o fumo podem
agir negativamente na hora de engravidar.
No entanto, outro fator que pesa muito na hora de ter um bebê é a idade.
A fase de maior fertilidade feminina ocorre entre 20 e 24 anos. Com o
passar do tempo, as chances de engravidar caem drasticamente e a probabilidade
de enfrentar problemas de fertilidade aumenta de forma significativa. Os homens
continuam férteis por mais tempo, mas a fertilidade masculina também é afetada
pela idade, embora de modo menos radical — explica o ginecologista Joji Ueno,
doutor em medicina pela Faculdade Medicina da USP e responsável pelo setor de
Histeroscopia Ambulatorial do Hospital Sírio Libanês e Diretor na Clínica
Geral.
Especialistas afirmam que aos 35 anos a fertilidade feminina diminui pela
metade se compara à fase em que estava com 25 anos. E aos 40, essa fertilidade
cai para a metade do que era aos 35.
Isso mostra que um ano pode fazer muita diferença quando a mulher passa dos
30 e adiar a gravidez por muito tempo pode transformar a maternidade um desejo
mais difícil de ser realizado — acrescenta.
E isso acontece porque, segundo o médico, à medida que a mulher envelhece
alguns fatores ligados à fertilidade sofrem alteração, como:
Reserva ovariana: é o número de folículos em bom estado que
restam nos ovários. Os folículos existem desde quando a mulher ainda estava
sendo gerada no útero materno e, desde o seu nascimento, só vão se deteriorando
(e sendo usados). Quanto mais o tempo passa, menos óvulos viáveis a mulher tem.
Para aquelas que desenvolvem menopausa precoce, os óvulos acabam muito antes do
normal.
Ciclo menstrual: ao se aproximar da menopausa, os ciclos
menstruais podem ficar irregulares e curtos, dificultando a fertilização.
Revestimento do útero: o endométrio pode ficar mais fino,
menos apropriado à implantação do embrião.
Secreção vaginal: o muco presente na vagina e no colo do
útero pode ficar menos líquido e mais hostil aos espermatozoides.
Doenças que afetam o sistema reprodutivo: certos problemas
podem danificar os órgãos reprodutivos com o passar dos anos, ou podem se
agravar se não forem tratados. Entre eles, estão a endometriose, a síndrome dos
ovários policísticos e a clamídia.
Doenças crônicas: algumas têm impacto negativo na
fertilidade e tendem a se agravar com o envelhecimento.
Obesidade: o excesso de peso pode afetar a fertilidade e
tende a ser mais comum à medida que a mulher envelhece.
E a fertilidade masculina também é afetada?
Antigamente, acreditava-se que os homens mantinham-se igualmente férteis ao
longo da vida. Porém, pesquisas recentes constataram que a qualidade e a
quantidade do esperma declinam lentamente nos homens, que ao envelhecerem também
apresentam uma diminuição na produção de testosterona. Com isso, a fertilidade
masculina diminui progressivamente após os 50 anos de idade.
E o sexo masculino
também não fica ileso aos fatores externos, como:
Álcool: afeta a capacidade do organismo de absorver zinco,
um nutriente vital para obter espermatozoides saudáveis. As pesquisas mostram
que o consumo excessivo de álcool reduz a contagem de espermas.
Dieta: uma dieta saudável ajuda a manter os espermatozoides
saudáveis. E há indícios de que substâncias químicas chamadas fitoestrogênios,
encontradas em alimentos como café, soja e cerveja têm sido associadas à baixa
contagem de espermatozoides.
Exercícios físicos: homens que se exercitam tendem a ser
mais saudáveis, o que reflete na qualidade do esperma. Mas a prática esportiva
excessiva, especialmente em combinação com o uso de esteroides, anabolizantes e
outras drogas ilícitas, pode diminuir a produção de testosterona e a contagem de
espermatozoides.
Infecções: infecções sexualmente transmissíveis não tratadas
podem ser causa de infertilidade masculina.
Tabagismo: homens que fumam entre um ou dois maços por dia
são mais propensos a apresentar anormalidades no esperma.
Obesidade: o sobrepeso e a obesidade têm sido associados, em
alguns estudos, com a baixa qualidade do esperma. Os cientistas acreditam que
isso acontece porque o estrogênio, geralmente presente em níveis baixos nos
homens, pode ser liberado a partir de células de gordura, afetando a fertilidade
masculina. Homens obesos também apresentam um aumento da temperatura testicular,
o que pode afetar a fertilidade masculina.
Fonte Zero Hora
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