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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Novo medicamento reduz efeito colateral após transplante de medula óssea

Primeiro estudo em seres humanos mostra promessa para prevenção da doença do enxerto contra o hospedeiro após transplante
 
Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos EUA, descobriram que uma nova classe de drogas é capaz de impedir que os pacientes desenvolvam um efeito colateral grave e mortal do transplante de medula óssea.
 
O estudo, o primeiro a testar este tratamento em pessoas, combinou o medicamento Vorinostat com drogas padrão dadas após o transplante, e reduziu a incidência de
 
doença do enxerto contra o hospedeiro para 21% dos pacientes em comparação com 42% dos pacientes que normalmente desenvolvem a condição com o tratamento atual.
 
Os resultados do estudo foram apresentados na 54th Annual Meeting of the American Society of Hematology.
 
"A doença do enxerto contra o hospedeiro é a complicação mais grave do transplante que limita a nossa capacidade de oferecê-lo mais amplamente. Estratégias de prevenção atuais têm permanecido praticamente inalteradas ao longo dos últimos 20 anos. Este estudo nos anima e pode levar a uma nova forma de prevenir esta condição", afirma o principal autor do estudo Sung Choi.
 
Vorinostat é aprovado pela Food and Drug Administration EUA (FDA) para tratar certos tipos de câncer. Mas os pesquisadores, liderados por Pavan Reddy, descobriram em estudos de laboratório que a droga também tem efeitos anti-inflamatórios que poderiam ser úteis na prevenção da doença do enxerto contra o hospedeiro, quando as células doadas começam a atacar outras células no corpo do paciente.
 
O estudo contou com 47 adultos mais velhos que foram submetidos a um transplante de medula óssea com células doadas por um parente. Os doentes receberam a medicação padrão utilizada depois de um transplante para evitar a reação do enxerto contra o hospedeiro. Eles também receberam Vorinostat, fornecido por via oral.
 
Os pesquisadores descobriram que Vorinostat era seguro e tolerável para esta população vulnerável. Além disso, as taxas de morte do paciente e reincidência de câncer entre os participantes do estudo foram semelhantes às médias históricas.
 
Os resultados são idênticos aos encontrados em estudos de laboratório utilizando ratos.
 
"Esta é uma abordagem totalmente nova para a prevenção da doença do enxerto contra o hospedeiro. Especificamente, Vorinostat tem como alvo desacetilases de histonas, que são diferentes das moléculas visadas pelos tratamentos tradicionais. Vorinostat tem um efeito duplo como um anticâncer e um agente anti-inflamatório. Isso o torna potencial para o uso na prevenção da doença do enxerto contra o hospedeiro, pois ele também pode ajudar a prevenir a reincidência da leucemia", afirma Choi.
 
Os pesquisadores agora esperam testar Vorinostat em pacientes que receberam um transplante de um doador não aparentado, o que acarreta um risco ainda maior de reação do enxerto contra o hospedeiro. Este tratamento ainda não está disponível fora do ensaio clínico.
 
Fonte isaude.net

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