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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Traumas de infância causam mudanças genéticas duradouras no DNA

Alterações epigenéticas deixam vítimas mais propensas
a transtornos de ansiedade e humor
Descoberta de variante genética que aumenta susceptibilidade a doenças psiquiátricas pode melhorar tratamento de vítimas
 
Cientistas do Instituto Max Planck de Psiquiatria de Munique, na Alemanha, descobriram que traumas sofridos na infância deixam marcas no DNA de algumas vítimas.
 
A pesquisa sugere que abusos causam alterações epigenéticas que deixam vítimas mais propensas a transtornos de ansiedade e humor, como depressão e transtorno de estresse pós-traumático.
 
A equipe liderada por Elisabeth Binder mostrou, pela primeira vez, que variantes genéticas do gene FKBP5 podem influenciar alterações epigenéticas neste gene induzidas por trauma inicial.
 
Em indivíduos com predisposição genética, o trauma provoca alterações a longo prazo na metilação do DNA que conduzem a uma desregulação duradoura do sistema hormonal do stress. Como resultado, as pessoas afetadas são menos capazes de lidar com situações estressantes ao longo da vida.
 
A equipe espera que as descobertas permitam desenvolver novas estratégias de tratamento para pacientes individuais, bem como o aumento da consciência pública sobre a importância de proteger as crianças dos traumas e suas consequências.
 
Muitas doenças humanas resultam da interação dos genes individuais e de influências ambientais. Eventos traumáticos, especialmente na infância, constituem fatores de alto risco para o surgimento de doenças psiquiátricas na vida adulta. No entanto, se o estresse precoce vai leva a um distúrbio psiquiátrico depende em grande parte da predisposição genética das pessoas.
 
Binder e seus colegas examinaram o DNA de quase 2 mil afro-americanos que passaram por vários traumas na infância ou na vida adulta. Um terço das vítimas de trauma ficou doente e estava sofrendo de estresse pós-traumático.
 
A análise mostrou que o risco de desenvolver estresse pós-traumático aumentou com a severidade do abuso apenas nos portadores de uma variante genética específica no gene FKBP5. FKPB5 determina a eficácia com que o organismo vai reagir ao estresse, e assim regula todo o sistema hormonal do estresse.
 
Para entender os mecanismos desta interação gene-ambiente, os cientistas compararam modificações da sequência de DNA de vítimas que não haviam ficado doentes, com o daqueles que adoeceram.
 
Eles foram capazes de demonstrar que a variante genética FKBP5 faz diferença fisiológica para os afetados, também nas células nervosas. Estresse extremo e concentrações elevadas de hormônios do estresse causam a chamada mudança epigenética. Um grupo metil é retirado do DNA, provocando um aumento acentuado na atividade de FKBP5. Esta mudança duradoura é gerada principalmente através de traumas na infância.
 
"Dependendo da predisposição genética, trauma de infância pode deixar marcas epigenéticas permanentes no DNA, reprimindo a transcrição de FKBP5. A consequência é uma desregulação permanente do sistema de regulação do estresse da vítima, o que pode levar a doenças psiquiátricas", afirma o pesquisador Torsten Klengel.
 
A equipe acredita que o estudo melhora a compreensão das doenças psiquiátricas que surgem a partir da interação de fatores ambientais e genéticos. Os resultados vão ajudar a individualizar o tratamento especial para os pacientes que foram expostos a traumas na infância e, assim, têm mais risco de doenças.
 
Fonte isaude.net

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