Quase a metade das crianças e dos adolescentes paulistanos está acima do peso, de acordo com uma pesquisa que tirou medidas de 476 jovens em mutirões em parques, estações de metrô e escolas estaduais.
Dados nacionais da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), divulgados em 2010 pelo IBGE, mostram que, no país, um terço das crianças de 5 a 9 anos está acima do peso. No Sudeste, a proporção é maior, de 40%.
O estudo faz parte do programa de reeducação alimentar "Meu Pratinho Saudável" que, em São Paulo, tem o apoio do governo estadual.
Ana Paula Alves, coordenadora da divisão de nutrição do Instituto da Criança do HC, afirma que o objetivo do programa é orientar crianças sobre como montar uma refeição saudável.
O ideal, segundo o projeto, é preencher metade do prato com verduras e legumes, um quarto com carboidratos e dividir o restante entre proteína e leguminosas, como feijão e lentilha.
Em um projeto-piloto desenvolvido em uma escola estadual de São Paulo, a nutricionista conta que os estudantes usaram peças de resina imitando os alimentos para mostrar como montariam seus pratos.
"Era sempre metade ou mais de arroz e feijão. Verdura nem aparecia. Elas diziam: 'Meu pai não compra, meu pai não gosta'. Como você vai falar da importância disso se você não consome?"
O objetivo, diz Alves, é levar a informação às escolas, passando os conceitos também para o corpo docente.
A experiência das escolas nos EUA, onde os índices de obesidade são ainda mais altos que os brasileiros, mostra que, se houver uma política consistente, é possível obter resultados positivos.
Pesquisas recentes mostraram que grandes cidades americanas conseguiram reduzir, ainda que discretamente, os índices de obesidade infantil. Em Nova York, entre 2007 e 2011, o número de crianças obesas caiu 5,5%.
Especialistas ligaram a tendência aos esforços de escolas como as da Filadélfia --onde a obesidade caiu 5% no período--, que proibiram a venda de bebidas açucaradas e cortaram as frituras.
Fonte Folhaonline
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