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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Pesquisa desvenda papel de proteína na propagação do câncer

Estudo da Unicamp simula metástase e observa comportamento da ARHGAP21 nos processos de adesão e migração celular
 
Pesquisadores da Unicamp desvendaram o papel desempenhado pela proteína ARHGAP21 nos processos de adesão e migração celular. O grupo fez em laboratório um experimento que simula o desenvolvimento de uma metástase.
Assim como os tecidos e órgãos humanos, os tumores são formados por agrupamentos de células que aderem e interagem umas com as outras. Se a adesão e a interação entre as células tumorais eventualmente for fraca, maior é a probabilidade de elas se soltarem e migrarem para outros órgãos e tecidos.

A pesquisa do Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Sangue (INCT Sangue) ganhou a capa do The Journal of Biological Chemistry, editado pela Sociedade Americana de Bioquímica e Biologia Molecular.

" O grande problema de um tumor é a metástase. Se conseguirmos bloqueá-la, será possível impedir a propagação de células cancerosas para outros órgãos e aumentar a chance de cura" , disse Karin Spat Albino Barcellos, primeira autora do artigo.

Ao aplicar nas células cancerígenas sem a ARHGAP21 frações de HGF (um hormônio produzido principalmente pelo fígado, que faz com que as células se separem uma das outras para formar os órgãos e tecidos na fase embrionária), os pesquisadores constataram que elas nem se moviam e não ocorria metástase.

Eles descobriram que, na realidade, a ARHGAP21 está localizada na via de sinalização do HGF das células e regula a transição epitelial-mesenquimal. As células sem a proteína na via de sinalização do HGF, por exemplo, sentem a presença do hormônio, mas não conseguem se soltar uma das outras.

" Demonstramos que é possível bloquear metástases induzidas por HGF por meio da inativação da ARHGAP21 em testes in vitro" , afirmou a pesquisadora. " Ainda não sabemos, no entanto, se é possível inativar essa proteína em humanos, porque ela deve exercer muitas outras funções, inclusive benéficas, nas células", relata Barcellos.

O grupo de estudo pretende realizar simulações de diversos tipos de tumores em camundongos com células cancerígenas sem a ARHGAP21." Talvez seja preciso tirar a ARHGAP21 só das células com tumor ou bloquear o sítio da proteína que sente o HGF, para que a proteína possa desempenhar as outras funções benéficas" , estima.
 
Fonte isaude.net

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