Falta de precisão dos registros eletrônicos de saúde (EHR) ainda é grande obstáculo para que os benefícios do compartilhamento das informações sejam sentidos
Quatro dias de muita reflexão sobre o futuro da tecnologia, sustentabilidade dos sistemas de saúde e como essas duas forças podem ser sinérgicas evidenciaram o “Big Data” como a próxima fronteira de inovação, competição e produtividade. Esta foi a tônica do Global Summit 2013, realizado pela InterSystems, que contou com dezenas de palestras, treinamentos técnicos e reuniões de negócios entre os dias 7 e 10 de abril.
A invasão dos dispositivos móveis no cuidado do paciente e de plataformas baseadas em nuvem tem conferido agilidade aos serviços assistenciais e aumentado o repositório de informações tanto clínicas quanto administrativas das instituições em geral ou órgãos de saúde pública -, o que faz da pergunta “como criar valor usando os dados (Big Data)” a mais crucial a ser compreendida no momento.
Afinal, saber organizar e aproveitar ao máximo os dados colhidos resulta necessariamente em melhores diagnósticos, tanto individuais como populacionais, e tratamentos. O líder do Mckinsey Global Institute, Michael Chui, mostrou como a ocorrência de epidemias de doenças pode, muitas vezes, ser mensurada até por meio de buscas feitas no google.
O executivo apresentou cinco passos rumo ao valor, porém alertou para questões que ainda preocupam como a privacidade, segurança e o pertencimento dessas informações.
-Criar transparência;
-Expor a variabilidade de informações passíveis de experimentação;
-Customizar ações de acordo com o perfil da população;
-Suportar decisões humanas com algoritmos automatizados;
-Inovar modelos de negócios, produtos e serviços.
Economia
A eficiente gestão das informações é também vista como uma saída para os custos crescentes do sistema – tendência comum à maioria dos países. Os EUA, em 2012, por exemplo, gastou cerca de US$ 750 bilhões sem necessidade, segundo estudo apresentado pelo professor e presidente do Departamento de Informática Médica & Epidemiologia Clínica da Oregon Health & Scince University, William Hersh.
Algumas razões para o desperdício apontadas pelo professor foram:
-Serviços desnecessários prestados e entregues de forma ineficiente
-Preços altos em relação aos custos;
-Excesso de custos administrativos;
-Oportunidades de prevenção perdidas; e
-Ocorrência de fraudes.
Entraves
Apesar dos investimentos que o presidente Barack Obama está direcionado à saúde do País para promover a digitalização dos registros médicos (EHR, na sigla em inglês) de todos os cidadãos americanos, Hersh sinalizou que, além da privacidade e confidencialidade mencionada por Chui, há ainda muitas outras barreiras para o uso das informações integradas; como o alto custo, necessidade de mão de obra técnica, com conhecimento de Business Intelligence (BI), por exemplo, e necessidade de infraestrutura de interoperabilidade. O professor apresentou pesquisas de diferentes entidades como, por exemplo, do English National Health Service (NHS), que demonstram uma série de problemas com a troca de informações de saúde, como:
-Documentos imprecisos e incompletos;
-Transformados em maneiras que prejudiquem o significado;
- Irrecuperáveis para pesquisa;
-De proveniência desconhecida;
-De granularidade insuficiente (pouco detalhamento);
-Incompatível com os protocolos de pesquisa.
A apresentação do professor da universidade de Oregon deixa claro que para os benefícios serem sentidos por meio do compartilhamento dos registros médicos, é preciso um alto grau de comprometimento com todas as etapas, desde a captura das informações, compartilhamento, compreensão e ação. Para Hersh, seria importante que os profissionais de saúde fizessem alguns questionamentos para o uso efetivo dos Registros Eletronicos de Saúde (EHR) como por exemplo:
Essa pergunta pode ser respondida pelos dados que temos? Os registros respondem a pergunta ou sugerem uma confusão? Esse dado pode ser aplicado nesta situação?
Fonte Saudeweb
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