São Paulo – A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo negou que a
internação de dependentes químicos esteja prejudicando o atendimento a pacientes
psicóticos. O Ministério Público (MP) entrou ontem (11) com uma ação civil
pública para impedir que leitos psiquiátricos sejam destinados para o tratamento
de dependentes químicos. O procedimento vem sendo adotado, desde janeiro deste
ano, no Centro de Atenção Integrada em Saúde Mental (Caism) Philippe Pinel.
Para a promotoria, o modelo está desmantelando a rede de saúde mental, que
não estava preparada para receber os dependentes. Além disso, o MP afirma que os
pacientes psiquiátricos estão ficando sem atendimento com a reserva de vagas
para usuários de crack.
“É lamentável que a Promotoria de Justiça dos Direitos Humanos e Saúde
Pública faça acusações tão graves contra uma entidade de referência e excelência
como é o Centro de Atenção Integrada em Saúde Mental (Caism) Philippe Pinel e
volte-se contra um projeto que visa a salvar a vida de dependentes de
crack”, disse a secretaria em resposta enviada à Agência
Brasil.
A secretaria diz que não houve prejuízo ao atendimento aos pacientes
psiquiátricos para internação dos usuários de crack. “É importante
destacar que não houve prejuízo aos pacientes de outras patologias, já que cada
vez menos a saúde mental exige internação, à exceção de quadros mais agudos, o
que inclui crises decorrentes do uso do crack”, sustenta no
comunicado.
O órgão também rebateu as acusações de que os funcionários estão perdendo o
controle da unidade. Segundo depoimentos colhidos pelo MP, os dependentes se
organizam em grupos e usam drogas dentro do Caism, além de agredirem pacientes e
funcionários. “Não há consumo ou tráfico de drogas dentro da unidade. A
afirmação, além de mentirosa, é ofensiva para com os pacientes, familiares e
profissionais que atuam na unidade”.
Segundo a secretaria, desde o início do programa de internações, mais de 540
dependentes encaminhados pelo Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras
Drogas (Cratod) foram internados para tratamento. Estão disponíveis, de acordo
com o órgão, 1.004 leitos para atendimento dessas pessoas e a expectativa é
chegar a 1,3 mil vagas até 2014. A previsão de investimentos chega a R$ 250
milhões.
Fonte Agência Brasil
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