Rio de Janeiro - O aumento de 97% no número de casos de coqueluche no país em
2012, segundo registro do Ministério da Saúde, e a importância da vacina para
prevenir a doença em gestantes são destaques da 37ª edição do Congresso de
Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro, que ocorre até sábado (13) no
centro da capital fluminense.
Para a presidenta da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de
Janeiro, Nilma Neves, é fundamental conscientizar os médicos a incentivarem a
vacinação das mulheres e futuras mães, além daqueles que vão cuidar do
recém-nascido nos primeiros meses de vida. A vacina da coqueluche para crianças
é dada a partir dos 2 meses, em três etapas até os 8 meses.
“É importante que a mãe esteja vacinada para evitar que o bebê seja infectado
pela bactéria. Depois de nascido, todas as pessoas que cuidam desse bebê, sejam
avós, babás, cuidadoras da creche, também precisam estar imunizadas”, disse a
ginecologista. Ela explicou que a imunidade só está garantida depois de seis
meses.
Segundo a médica, o aumento dos casos de coqueluche está associado à crença
de que a imunização deve ser feita apenas nas crianças. “As pessoas perderam o
hábito da vacinação. Todos nós, inclusive os idosos, precisamos nos
vacinar”.
A professora de ginecologia da Universidade Federal da Bahia Vera Fonseca,
que vai participar de uma palestra especificamente sobre o tema durante o
evento, explicou que, em 40% dos casos, a transmissão da doença aos
recém-nascidos é feita pela mãe, 20% são pelo pai e o restante por outros
cuidadores do bebê.
A imunização das gestantes, de acordo com a médica, deve incluir outras
vacinas para evitar o contágio dos bebês. “Há vacinas das hepatites A e B, de
meningite, ou seja, uma série de vacinas, não apenas a da coqueluche”,
comentou.
A médica ressaltou que, das 4.453 pessoas infectadas com a bactéria no ano
passado, no Brasil, a faixa etária mais atingida foi a de bebês com menos de
seis meses, representando 85% dos casos e a maioria das mortes.
Casos de coqueluche vinham caindo desde 1990. O novo panorama da doença no
país fez o governo incluir a DTPa (vacina tríplice acelular que protege contra
difteria, tétano e coqueluche) no calendário de imunização da gestante. A
expectativa é imunizar 4 milhões de grávidas.
Causada pela bactéria Bordetella pertussis, a coqueluche é
transmitida pelo contato com gotículas de saliva. Os primeiros sintomas são
tosse forte, catarro, febre baixa e falta de apetite. Principalmente nas
crianças e nos idosos, a doença pode evoluir para quadros graves com
complicações pulmonares, neurológicas e hemorrágicas, além de desidratação.
Fonte Agência Brasil
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